Mas, irmãos , a
misericórdia implica pecado: não se pode reservar nenhuma misericórdia para os
justos, porque é a justiça mesma quem lhes outorga todo o bem. Assim mesmo, a
graça só pode ser dada aos pecadores. Que graça necessitam aqueles que tem
guardado a lei, e merecem o bem das mãos de Jeová? Para eles, a vida eterna
seria mais bem uma dívida, uma recompensa muito bem ganhada; mas quando se toca
no tema da graça, de imediato há de eliminar-se a ideia de mérito, e é
necessário introduzir outro principio. Só se pode praticar a misericórdia ali
onde existe pecado, e a graça não pode ser concedida se não para aqueles a quem
não tem mérito nenhum. Isto é muito claro e , no entanto, todo o conteúdo da
religião de alguns homens está baseado em outra teoria. O fato é que, quando
começamos o estudo do evangelho da graça de Deus, vemos que sempre volta seu
rosto até ao pecado, da mesma maneira que o médico olha para a enfermidade, ou
a caridade atenta para a necessidade. O evangelho lança seus convites, mas, que
são as convocações? Não estão dirigidos a aqueles que estão carregados com o
peso do pecado , e estão fatigados tratando de escapar de suas consequências?
Chama a toda criatura porque toda criatura tem suas necessidades, mas
especialmente diz: "Deixe o ímpio seu caminho, e o homem iníquo seus
pensamentos." Convida o homem que não tem dinheiro, ou dito em outras
palavras, sem nenhum mérito. Chama a aqueles que estão necessitados, e sedentos,
e pobres, e desnudos, e todas essas condições são figuras de estados equivalentes
produzidas pelo pecado. Os próprios dons do evangelho implicam pecado; a vida é
para os mortos, a vista para os cegos, a liberdade é para os cativos, a limpeza
é para os sujos, a absolvição é para os pecadores. Nenhuma benção do evangelho
é proposta como uma recompensa, e não se faz nenhuma convocação a quem reclama
as bênçãos da graça como algo a que tem direito; os homens são convidados a vir
e receber dons gratuitamente de acordo com a graça de Deus. E quais são os
mandamentos do evangelho? O arrependimento. Porem, quem se arrepende, senão um
pecador? A fé. Mas crer não é um mandamento da lei; a lei só fala de obras.
Crer tem que haver com os pecadores, e com o método de salvação por meio da graça.
As descrições que o evangelho faz de si mesmo usualmente apontam para o
pecador. O grande rei que faz uma festa e não encontra a nenhum convidado que
se sente á mesa entre aqueles que naturalmente se esperava que chegassem, mas que
obriga aos homens que vão pelos caminhos e pelos becos, a entrarem na sua festa.
Se o evangelho se descreve a si mesmo como uma festa, é uma grande festa para
os cegos, para os coxos, e para os alijados; se ele se descreve a si mesmo como
uma fonte, é uma fonte aberta para limpar o pecado e as impurezas. Em todas as
partes, em todo o que faz e diz e dá aos homens, o evangelho manifestasse como
o amigo do pecador. O tema de seu Fundador e Senhor é "este recebe aos pecadores".
O evangelho é um hospital para os enfermos, ninguém se não os culpados aceitará
seus benefícios; é remédio para os enfermos, os sãos e os que creem em sua
justiça própria nunca poderão apreciar suas porções salvadoras. Aqueles que
imaginam possuir alguma excelência ante Deus nunca se preocuparão de serem
salvos pela graça soberana. O evangelho, eu digo , foca o pecador. Nessa
direção, e só nessa direção, lança suas bênçãos. E irmãos, vocês sabem que o
evangelho sempre há encontrado seus maiores troféus entre os maiores pecadores:
Alista seus melhores soldados não somente das fileiras dos culpados, se não que
também das classes dos mais culpados. Disse
nosso Senhor a Simão Pedro “uma coisa tenho a dizer-te. E ele disse: Dize a,
Mestre. Certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos dinheiros, e
outro cinquenta. E, não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize, pois,
qual deles o amará mais?" O Evangelho se baseia sobre o principio de quem
teve muito para ser perdoado, esse irá amará mais, e assim seu Senhor misericordioso
se deleita buscando os mais culpados e manifestando-se a eles com amor
abundante e sobre abundante, dizendo “Apago como nevoas tuas rebeliões e como
nuvem seus pecados". Entre os grandes transgressores encontra aos que mais
intensamente o amam, uma vez que são salvos, e destes recebe a boa vinda mais
cordial, e neles obtêm os seguidores mais entusiastas. Uma vez que são salvos,
os grandes pecadores coroam essa graça imerecida com seus diademas mais
ilustres. Podemos estar bem seguros que Ele tem seus olhos postos nos pecadores,
posto que encontre sua maior glória nos maiores pecadores Há outra reflexão que
está muito perto da superfície, no caso, que se o evangelho não olha para os
pecadores, a que mais poderia olhar? Parece que tem existido ultimamente um
ressurgimento do antigo espírito que apresenta objeções, de maneira que os
orgulhosos fariseus constantemente nos dizem que a pregação da justificação
pela fé tem sido conduzida mais fora de seus limites, e que estamos conduzindo
as gentes a valorizar menos a moralidade ao pregar a graça de Deus. Esta
objeção, frequentemente refutada, esta saindo de seu esconderijo outra vez, por
que o Protestantismo está perdendo sua seiva e sua alma. A mesma força e coluna
vertebral do ensino dos Reformadores foi essa grande doutrina da graça, que a
salvação não é por obras, mas sim somente pela graça de Deus; e como os homens
estão se afastando da Reforma, e estão se deixando influenciar pela Igreja Católica
Romana, estão deixando de lado essa grandiosa verdade da justificação pela fé
somente, e pretendendo que lhe tenham temor. Porem, oh! Quais miseráveis e
tontos são muitíssimos homens em relação com esse tema! Proponho a todos eles
uma pergunta: Para quem, senhores, olharia o evangelho, se não aos pecadores,
porque que coisa vocês são, se não pecadores? Vocês que falam que a moralidade
é lastimada, que a santidade é ignorada, o que vocês têm a ver com qualquer
delas? A gente que usualmente recorre a estas objeções, geralmente, faria
melhor em não tocar nesses temas. Em geral, esses furiosos defensores da
moralidade e da santidade, são sumamente liberais, enquanto que os crentes na
graça de Deus são frequentemente, acusados de Puritanismo e rigidez. Ele que
mais se adianta em falar contra as doutrinas da graça é frequentemente o homem
que mais necessita delas, enquanto o que se opõe as boas obras como a base para
se confiar, é precisamente a pessoa cuja vida está cuidadosamente dirigida
pelos estatutos do Senhor. Saibam, oh homens, que não vive na face da terra um
homem a quem Deus possa olhar com prazer se considerará a esse homem à luz de
Sua lei. “Cada um havia se desviado, e juntamente se corromperam. Não há quem faça
o bem, nem sequer um só.” Nenhum coração, por natureza, é são e justo ante Deus,
nenhuma vida é pura ou limpa quando o Senhor vem para examinar ela com Seus
olhos que tudo o vêem. Estamos encarcerados na mesma prisão com todos os
culpados, se não somos igualmente culpados, se somos culpados na medida de
nossa luz e nosso conhecimento, e cada um é condenado justamente, porque temos
nos desviado nosso coração e não temos amado ao Senhor. A quem, então, poderia
o Evangelho mirar, se não dirigisse seus olhos para o pecador? Por quem mais
poderia haver morto o Salvador? Que pessoas há no mundo para quem os benefícios
da graça poderiam ter sido destinados?
I.
Em segundo
lugar,
QUANTO MAIS
FIXAMENTE OLHAMOS, MAIS CLARAMENTE VEMOS ESTE FATO,
porque, irmãos, a
obra de salvação certamente não foi levada a cabo em favor de nenhum de nós que
somos salvos por causa de alguma bondade em nós mesmos. Se houvesse algo bom em
nós teria sido posto pela graça de Deus, e certamente não estava ai quando, no princípio,
as entranhas do amor de Jeová começaram a mover-se em favor para nós. se toma o
primeiro sinal distintivo de salvação que foi realmente visível na terra, quer
dizer, a vida de Cristo, nos é dito que “Cristo, estando nós ainda fracos,
morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo;
pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para
conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”. Assim que,
nossa redenção, meu irmão, foi efetuada antes que nascêssemos. Este foi o fruto
do grande amor do Pai “que nos amou, ainda estando nós mortos em pecados.” Não
havia antes, em nós , nada que pudesse ter merecido essa redenção, e certamente
a simples ideia de merecer a morte de Jesus é absurda e é uma blasfêmia. Sim,
em quando vivíamos no pecado e amávamos o pecado, faziam-se preparativos para
nossa salvação; o amor divino estava ocupado em nosso favor enquanto nós estávamos
ocupados na rebelião. O Evangelho foi trago perto de nós , corações sinceros se
puseram a orar por nós ; foi escrito o texto que nos converteria, e como já disse,
derramou-se o sangue que nos limpa, e foi dado o Espírito de Deus, que nos
regeneraria. Tudo isso se fez quando, todavia, não buscávamos a Deus. Não é
maravilhosa a passagem do livro de Ezequiel, onde o senhor, passou e olhou ao bebe
indefeso, lançado ao campo aberto quando não estava envolto em panos e não havia
sido lavado com água, se não que estava sujo e revolvendo-se em seu sangue ? Se
diz que era tempo de amor, e no entanto, era um tempo de impureza e desprezo.
Ele não amou ao elegido bebe por que estivesse bem lavado e adequadamente
vestido, mas antes o amou quando ainda estava sujo e nu. Que cada coração
crente admire a liberalidade e a compaixão do amor divino.
FACEBOOK DO
EDITOR...
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