A
igreja não pode falhar em oferecer um modelo simples de discipulado, com fases
claras e orientando todos os departamentos e ministérios da igreja para
auxiliarem com um bom desempenho deste ciclo na vida de cada discípulo. Mas
como toda iniciativa requer um bom diagnóstico da realidade, como discutimos
acima, um bom ciclo de discussão e uma boa ação, o líder precisa conduzir a
igreja a uma boa reação. Criar um ambiente saudável, cooperativo e de
relacionamentos abertos, propicia uma boa resposta da igreja, quando ela é
envolvida num projeto. O líder espiritual precisa desfrutar de uma boa reputação
na igreja, de tal maneira que a igreja se sinta atraída pelo plano. Pode, no
entanto haver interrupção em qualquer ponto deste círculo. O Líder prefere crer
que não seja nem no diagnóstico, nem na ação empreendida. Ele tende a achar
problemas na reação dos envolvidos. Acha-se facilmente expressões como “falta
de comprometimento”, “falta de envolvimento”, “falta de motivação”. Creio
particularmente na idéia de Wilkinson: “se o aluno não aprendeu é por que de
fato o professor não ensinou.” – se a igreja não seguiu (não cresceu, não
alcançou as suas visões, não desenvolveu um ciclo claro de discipulado, etc.) o
líder de fato não liderou. O que pode impedir então que pessoas sejam
envolvidas no trabalho na causa de Deus? O que poderia parecer uma boa ação que
recebe uma má reação da igreja?
Individualidade
O
pós-modernismo é criticado por alguns de seus aspectos, mas um acréscimo que
ele trouxe foi uma percepção mais detalhada do indivíduo. Ao tentarmos envolver
pessoas no trabalho do Senhor, precisamos lembrar de que iremos trabalhar em
grupos menores com tarefas mais específicas. Precisamos entender o que envolve
e motiva as pessoas. Uma maneira certa de errar é tentar envolver a igreja como
um todo. As pessoas são diferentes e têm propensões diferentes, têm
personalidades e dons diferentes e são motivadas e envolvidas de maneira
diferente.
Motivação e Comprometimento
A
teoria de discussões positivas, de planos e estratégias, tudo parece muito bom
e fácil no papel. Na prática o clamor dos líderes é sempre o mesmo: “como
motivar a igreja?”; “como arrancar a igreja da letargia Domingueira?”; “como
envolver a igreja em algo que ela mesma ficará contente e agradecida depois de
ter sido envolvida?”
Este
material tem como objetivo proporcionar instrumentos que visam facilitar a
prática da liderança e do envolvimento da igreja para sua maior eficácia, a
realização de seus membros e glorificação de Deus. Portanto a teoria é aqui
apresentada para que tenha efeito prático, por mais que o estudante terá que
experimentar na prática os conceitos aqui propostos, para adequá-los à
realidade que irá enfrentar.
Comprometimento e integridade
Você
sabia que temos a tendência de quebrar menos os compromissos que fazemos com
outros do que aqueles que fazemos conosco mesmos? Parece uma verdade
desconfortável, mas parece que é assim que funcionamos. Cremos que é mais fino
colocarmos os outros na frente, pois caso contrário poderíamos ser vistos como
egoístas ou desagradáveis. É um processo psicológico que se dá como resultado
de nossa cultura e tem como efeito colateral o fato de que não achamos ser tão
importante nos comprometermos e mantermos os nossos compromissos pessoais. Pode
haver certa má compreensão da afirmação de Jesus: “...amarás ao teu próximo
como a ti mesmo...” (Mc. 12:31). O padrão proposto por Jesus é que você precisa
aprender a amar-se primeiro que então você estará apto amar o seu próximo. Mas
é compreensível que nos comprometemos mais com outros que conosco mesmos, pois
a resposta e o controle estão fora de nós e podem ser mais facilmente medidos e
principalmente recebemos um feedback mais pronto. Imagine a pessoa que se
compromete a fazer coisas e sempre falha, logo será deixado de lado. Como não
gostamos desta rejeição social, a maioria das pessoas se esmera em cumprir com
os compromissos assumidos. Compromissos que fazemos conosco mesmos, por outro
lado, têm apenas a consciência própria como tribunal de contas. Facilmente
entramos no vício da procrastinação que mina rapidamente a inteireza
(integridade) de nosso caráter. Comprometimento e integridade estão intimamente
ligados.
Há
pessoas que mesmo quando se comprometem e assumem funções e tarefas não as
cumprem.
Há
pessoas que nunca se comprometem e sempre fogem à responsabilidade de um
compromisso.
Integridade
O
que é integridade? Como desenvolvê-la?
Ser
íntegro é ser inteiro. É poder confiar em si mesmo e saber que a sua própria
palavra vai ser cumprida. É aprender a não ser apenas em parte. Integridade se
refere tanto ao aspecto de inteireza, de ser completo em suas capacidades,
funções e como comumente usado o termo: inteireza moral. Como crescer em
integridade: Comece a observar-se e comparar com Jesus. Medite nEle. Reconheça
onde você está. Ore por forças para a luta. Comece fazendo promessas pequenas a
você mesmo e cumpri-las. Cumpra cada coisa que você promete. Vá crescendo até
você assumir promessas maiores. Ore para o Senhor sintonizar o seu interior com
o exterior. “faça-me inteiro!” Trataremos o termo integridade como o elemento
de convívio próprio sadio, que na falta provoca uma ruptura interior, e a
pessoa passa a ser uma coisa e fazer outra, ter uma coisa e viver acima daquilo
que tem, viver como se fosse outra pessoa e comportar-se como tal. Esta é a
especialidade de atores. Dependendo do momento, com caras e gestos se fazem
passar por algo que nem de longe são... Vivem um papel com uma condição
financeira que na realidade não têm. Não é assim com cristãos e especialmente
líderes espirituais. Se Deus precisasse de atores para atuar em Sua obra, Ele
os teria chamado para a liderança espiritual.
Querer
ser o que outros são, ter o que os outros têm, invejar, tentar ser o que não se
é, é falta de integridade. O que você é e o que você finge ser repartem seu
caráter ao meio. O que você e fato tem e o que insistentemente deseja ter, faz
você viver e existir num patamar fora de sua real realidade e rasga o seu ser
ao meio, deixando brechas que são exploradas pelo inimigo produzindo resultados
visíveis em pessoas sem integridade. Há pessoas que não conseguem viver
pacificamente com a sua própria realidade e querem viver a de outrem. Vivem
angustiadas entre aquilo que gostariam de ser/ter/fazer e aquilo que a sua
realidade lhes oferece de fato. Quando falo de integridade, falo de uma vida
que é o que é. Sem fissuras, sem pretensões, sem fingimentos, sem ilusões, sem
desilusões, sem máscaras. Sintomas de integridade: Quando você decide fazer
algo, você o faz. Quando percebe que está além daquilo que pode/consegue fazer
ou ser ou ter, você não promete, mas se empenha a crescer para alcançar o
patamar que lhe foi exigido. Se prometer, paga o preço e alcança aquilo por
meios lícitos e honrosos.
Sintomas
da falta de integridade: constante atraso, desculpas, promessas não cumpridas,
desânimo, mentira... No fim, vida dupla e hipocrisia. Jesus não pode fazer nada
para resolver o problema da hipocrisia. É só você que tem que abandonar (Sl.
32:1-2 dolo em Hebraico: remiyah = falta
de integridade, falsidade). Esta maneira que a nossa cultura nos impele a ser
de colocar os outros primeiro de maneira inconsciente, não é, para muitos nada
mais e nada menos do que uma tática de retardo, de auto-sabotagem, quando
queremos validar a falta de integridade por uma polidez inconsciente.
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