Avanço
ou retrocesso
É necessário pôr-se em íntimo
contato com o povo mediante esforço pessoal. Se se empregasse menos tempo a
pregar sermões, e mais fosse dedicado a serviço pessoal, maiores seriam os
resultados que se veriam.
Segundo
estimativa, boa parte da igreja estacionou em alguma fase do desenvolvimento. É
como se alguém estacionasse na adolescência, como diz a psicologia: fixação na
adolescência ou fixação na fase oral... Como podemos avançar para a última
pregação vigorosa do evangelho com esta bagagem? Como acelerar o passo desta
enorme embarcação chamada igreja, quando aproximadamente 80% da tripulação está
doente e incapacitada de trabalhar? Um ministério como o de Jesus seria
necessário. Ele gastou mais tempo curando do que pregando e muito mais tempo
ainda discipulando. Vinte e quatro horas por dia ele investiu nos seus
discípulos. Ele lhes ensinava os detalhes de seguir-Lhes os passos, capacitando-os
para fazerem a parte do trabalho que lhes coubesse e delegassem outra parte
para outros discípulos que eles iam fazendo ao longo da jornada, que eles por
sua vez capacitariam. Pessoas são
chamadas para serem cristãs e em seu processo de desenvolvimento, não sabem
exatamente como ser cristãs no começo ou o que fazer para que o desenvolvimento
espiritual e pessoal ocorra de maneira mais efetiva. A maioria não sabe como
alcançar aquela vida que Jesus prometeu em João 10:10, “eu vim para que tenham
vida e a tenham em abundância!” Do outro lado, cristãos mais maduros são
chamados para desenvolverem aquilo que já têm. Cristãos que conhecem Jesus a
mais tempo são chamados a ajudarem aqueles que estão dando os seus primeiros
passos na fé.
Não
há bom momento para este chamado de Deus. Ele nunca vem em hora conveniente pois nós estamos sempre ocupados com outras
coisas. Ninguém de fato está preparado então a desculpa: “eu não estou preparado!”
não adianta para Deus, pois Ele nos chama quando Ele acha que devemos dar
passos adiante. Quando um cristão que já está na igreja há algum tempo se nega
a atender ao pedido de Deus de servir de mentor/ discipulador na vida de outro cristão,
todo um processo pára e a obra de Deus fica prejudicada. Avançar em confiança
ao chamado de Deus, é o que precisamos fazer. E ao sentir no meio da jornada
que não temos provisão suficiente, começamos a ler e estudar, a orar mais e nos
aconselhar com os mais experientes. Deus nos vai guiando e capacitando naquilo
que falta ao longo do caminho. Gosto de comparar este assunto quando inserido
dentro do conflito entre o bem e o mal da seguinte maneira: Vejo como que se
Deus e o diabo estivessem em uma disputa e quando o diabo precisa de ajuda de
seus aliados humanos, ele os envolve com as suas seduções e eles lhe obedecem,
quando ele quer atacar ou destruir. Quando chega a vez de Deus fazer os seus
movimentos e Ele precisa contar com os Seus aliados, eles de repente têm outros
planos. “eu não quero, já fiz outros planos!” Dizem. Ou “eu não posso agora,
não é conveniente neste momento, mais tarde quem sabe!” E Deus fica abandonado
tendo que resolver situações complicadíssimas que Ele havia decidido nos
envolver.
As Duas Dimensões da Missão
A
igreja tem uma missão corporativa a cumprir. O Reino de Deus precisa ser
divulgado e estabelecido pelo mundo afora. Há uma ordem dada por Jesus que
precisa ser cumprida por cada pessoa, bem como por Sua igreja aqui na Terra:
“Indo, fazei discípulos, batizando-os e ensinando-os todas as coisas que vos
tenho ensinado.” Mt. 28:19-20. Estamos falando de duas dimensões específicas
aqui:
1)
a dimensão pessoal que se refere à realização pessoal do Cristão como tal, bem
como o seu desenvolvimento; e
2)
a dimensão corporativa que se refere à função profética e proclamadora de
cristãos em coletividade, aquilo que chamamos como igreja. Partimos do
pressuposto de que tanto o indivíduo como a igreja como um todo precisam ser
capacitados e treinados. A igreja por se tratar de um corpo vivo sujeito a
constantes mudanças em um mundo ao seu redor que muda e precisa ser abordado em
sua dinâmica. O indivíduo por se realizar mais e experimentar o Evangelho e o
próprio Salvador com maior intensidade e profundidade quando está treinado e
capacitado nas diversas áreas que envolvem a fé Cristã. Ao irmos ensinando,
batizando, indo pela vida com as pessoas, o cristão é chamado a fazer outros
discípulos. Aqueles que estão mais avançados no conhecimento do Senhor devem
ajudar aqueles que estão mais novos na fé a encontrarem plena realização,
sentido de vida em Jesus Cristo e gosto pelo serviço a Deus e ao próximo. Não
há obra que seja mais importante do que esta para a igreja. Nada que a igreja
faça deve perder de vista o foco de fazer discípulos. Buscar os descrentes
ensinar-lhes os fundamentos do evangelho e por meio da liderança espiritual,
que se expressa por meio do pastoreio, treinamento e envolvimento prático, o
discípulo recém-batizado precisa seguir aos próximos patamares do
desenvolvimento espiritual. Aqui serão apresentadas cinco fases do discipulado
como o entendemos. Durante este discipulado ocorre o avanço da pessoa desde seu
estado de separação de Deus, até à maturidade em Jesus Cristo quando o crente
vive o seu ministério e lidera outras pessoas para exercerem o seu ministério. A
igreja precisa ser organizada para conduzir as pessoas por estas cinco fases. O
ambiente precisa estar propício para que todos (ou pelo menos a maioria)
queiram e possam progredir para os próximos passos.
Fase
|
Input
|
Resultado
|
Quando
|
Observação
|
Mundo
|
Estudo
bíblico
|
Entusiasmo
por Cristo e batismo
|
-
|
A
pessoa no mundo, encontra Jesus e inicia a jornada c/ Cristo, p/meio do
estudo da Bíblia. A pessoa é conduzida ao batismo.
|
Batismo
|
Pastoreio,
amizade e ensino
|
Crescimento
em Cristo e amor pela igreja
|
No 1° ano de igreja
|
A
pessoa batizada enfrenta as lu-tas relativas à sua decisão, precisa de apoio
pastoral/material. Deve aprofundar seu conhecimento de Deus.
|
Membro
integrado
|
Treinamento
e capacitação
|
Sentido
e propósito de vida em Cristo
|
No 1° ano de igreja
|
Integrado
na igreja o discípulo precisa descobrir p/quê Deus o criou, o propósito de
sua vida. Aqui cabe o teste de dons e capacitação.
|
Membro
capacitado
|
Envolvimento
prático serviço
|
Serviço
como estilo de vida em Cristo
|
No 1° ano de igreja
|
Capacitado
nas atividades de seu dom, o discípulo aprende a servir onde chamado, apesar
de concentrar-se em seu(s) dom(ns).
|
Ministro
|
Liderança
em um ministério
|
Maturidade
em Cristo
|
Depois do 1° ano
|
Conhece
o propósito de Deus para sua vida. Como ministro ele não é infalível. Serve
com alegria suportando as pressões/ oposições ligadas ao ministério sem
perder o ânimo ou a fé.
|
Aqui
uma série de perguntas emerge que precisam ser respondidas com honestidade,
para que a igreja local possa ser o mais eficaz possível. A igreja tem uma
estratégia que leva as pessoas que vão se unindo a ela de um ponto ao outro em
seu desenvolvimento espiritual? As estruturas que temos hoje conduzem para este
desenvolvimento espiritual fase a fase? Todos os membros da igreja conhecem o
processo de discipulado? Os membros sabem que depois do batismo existem outras
fases a percorrer? O ambiente da igreja está propício para a busca do
crescimento? O ministério na igreja local (pastor, anciãos, os diversos
departamentos) está mais voltado para um ministério de expansão ou de
manutenção?
Alguns Efeitos do Discipulado sobre o Discipulador e o
Discípulo
Estrutura da
Igreja Local:
Estruturar
a igreja local de tal maneira que ela esteja saudável e que o ambiente que ela
ofereça seja propício para o desenvolvimento dos discípulos de Jesus é a tarefa
principal da igreja e do líder espiritual.
Descobrir
os caminhos que cada igreja local quer, gosta e precisa percorrer é tarefa do
líder. O líder espiritual precisa elaborar um plano estratégico, para que todos
os esforços de sua igreja conduzam para este alvo e a ela tenha um crescimento
sustentável e equilibrado. Este plano não pode ser copiado de outra igreja ou
imposto por força de autoridade sobre qualquer igreja. Precisa ser original e
precisa ser discutido com a participação voluntária de todos os interessados e
participantes. Líderes de igreja carecem às vezes
de instrumentos de discussão. Quando há necessidade de implementar mudanças na
igreja local, muitas vezes ficamos desajudados e confusos com as críticas e
forças contrárias. O discipulado precisa ser incorporado na igreja por meio de
discussões positivas envolvendo cada membro da igreja ou distrito produzindo
uma visão comum. Aqui não valem as receitas, que tanto usamos em nosso meio.
Qualquer experiência que se transporte de 1 para 1 de uma igreja para outra
será muito limitado em seu alcance. Os membros precisam apropriar-se deste
plano e incorporá-lo em suas mentes e corações. Os elementos necessários para
que tal plano seja bem sucedido e as pessoas sejam conduzidas de fato pelas
alamedas do discipulado em crescimento são: Clareza, movimento, alinhamento e
foco.
1) Clareza: é a habilidade do processo ser comunicado e
entendido por todas as pessoas, quer sejam membros antigos ou recém batizados.
2) Movimento: é a seqüência de passos ou fases pelas
quais as pessoas serão movidas para áreas de comprometimento mais profundas.
3) Alinhamento: é a organização e arranjo dos
departamentos, ministérios e líderes ao redor do mesmo processo de
desenvolvimento no discipulado.
4) Foco: é o compromisso de abandonar tudo que não
coopere com o processo de fazer discípulos e de conduzi-los pelas sendas do
crescimento em Cristo. Isto pode desafogar algumas atividades na igreja, que
têm se multiplicado, causando algumas vezes confusão, frustração e
descontentamento.
Todos
os membros de sua igreja conhecem o seu plano de discipulado? O ambiente de sua
igreja está propício para a busca do crescimento pessoal e corporativo? O que
você pode fazer para tornar a sua igreja aberta para o crescimento em Cristo? Uma
estratégia, com respeito à vocação da igreja local, para que esta se torne
relevante, precisa ser construída com entendimento e envolvimento de todos.
TEM CONTINUAÇÃO DIARIAS.
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