Estêvão, o Primeiro Mártir
Como pode
uma bênção advir de um assassinato? Estêvão foi outro personagem do Novo
Testamento que sofreu e morreu pela causa de Cristo, e o seu martírio resultou
em progresso para o Evangelho.
Estêvão foi
escolhido dentre os primeiros dos discípulos em Jerusalém para cumprir a tarefa
de diácono. No seu ministério, assim como no dos próprios apóstolos,
"divulgava-se a palavra de Deus, e se multiplicava muito o número dos
discípulos em Jerusalém; também muitos dos sacerdotes obedeciam à fé."
(Atos 6:7) Estêvão era "um homem cheio da graça e poder de Deus",
cujo testemunho logo começou a fazer efeito. Como resultado, começou a
enfrentar oposição. Qualquer pessoa que assuma audaciosamente o Senhor Jesus
Cristo encontrará uma forte resistência. "Disputavam, com Estêvão; e não
podiam resistir à sabedoria e ao Espírito pelo qual ele falava." (Atos 6:9,
10) O resultado de tudo isso foi que os líderes religiosos instigaram o povo a
levar Estêvão para ser julgado pelo Conselho. Testemunhas mentirosas lhe
lançaram acusações falsas e ele foi sentenciado á morte por apedrejamento.
Quando
estava morrendo, Estêvão ergueu os olhos e declarou que via Jesus à mão direita
de Deus. Isso enfureceu a turba de tal modo que apedrejaram Estêvão com mais
violência ainda. "Apedrejavam a Estêvão que invocava o senhor e dizia:
'Senhor Jesus, recebe o meu espírito.' Ele, ajoelhando-se, clamou em alta voz:
'Senhor, não lhes imputes este pecado.' Tendo dito isto, adormeceu." (Atos
7:59, 60)
Temos algo
de interessante a acrescentar a esta história. Um homem chamado Saulo viu
acontecer esse assassinato sangrento. Tornar-se-ia mais tarde, é claro, o
apóstolo Paulo. Creio que a conduta de Estêvão durante o seu julgamento, seu
sermão emocionante, e o seu martírio corajoso, podem ter sido os fatores que
depois influenciaram Saulo a se voltar, ele mesmo, para Cristo.
Jó: Não É um Santo das Horas Boas
Dos muitos
santos sofredores do Antigo Testamento, dois se destacaram para mim: um deles é
quase uma ilustração clássica do sofrimento. É comum falarmos em
"paciência de Jó" e com isso estamos nos referindo à maneira paciente
como suportou o sofrimento cruciante que foi exortado a experimentar. A sua
atitude triunfante é ainda mais espantosa quando nos damos conta do que
aconteceu a ele. O seu sofrimento era mais do que simplesmente físico:
1. Ele perdeu a saúde;
2. Perdeu a fortuna;
3. Perdeu os filhos.
Jó ficou
reduzido a sentar-se em meio aos escombros da sua vida, antes próspera. E
depois da perda de tudo que valia a pena na sua vida, ele ainda pôde dizer:
"Eis que me matará; não esperarei. Contudo, defenderei os meus caminhos
diante dele." (Jó 13:15) Mais tarde, fez essa declaração impressionante:
"Sei porém que o meu Redentor vive, e o que vem depois de mim se levantará
em pé sobre o pó." (Jó 19:25) Tais palavras saíram da boca de um homem
esmagado mental e fisicamente pelo sofrimento que suportara nas mãos de
Satanás. Depois dos piores de seus padecimentos, a sua mulher lhe disse:
Conservas tu ainda a tua integridade? Renuncia a Deus e morre. A despeito
dessas palavras fortes, Jó replicou: Estás falando como fala uma mulher tola.
Quê? Receberemos o bem da mão de Deus, e não receberemos o mal?
Continuamos
lendo a Bíblia, e vemos que, "em tudo isso, não pecou Jó com os seus
lábios." (Jó 2:9,10) Jó não era perfeito. Repare que a Bíblia diz que ele
não pecou "com os seus lábios"! Todavia, ele é um modelo
impressionante para seguirmos em nossa atitude para com o sofrimento.
A despeito
de suas dificuldades, podia dizer: "DEUS deu, e DEUS tirou; bendito seja o
nome de DEUS." (Jó 1:21) O Livro de Jó não resolve o problema do
sofrimento, mas ensina lições valiosas. Primeiro, torna claro que os inocentes
sofrem juntamente com os culpados, e que a virtude nem sempre é recompensada
aqui na terra. Os sofrimentos de Jó eram imerecidos. Ele rejeitou as acusações
de seus três amigos e manteve a sua integridade. Deus tampouco o acusou de ter
agido mal.
Depois, a
história nos ajuda a distinguir entre o sofrimento de retribuição e o
disciplinar. Deus não estava punindo Jó, mas sim testando a sua fé e apurando o
seu caráter. Jó saiu da sua provação um homem melhor e mais sábio. A história
de Jó tem uma conclusão gloriosa. Você pode achá-la no capítulo 42 de Jó, mas
eis aqui os pontos altos: Depois que Jó orou por seus amigos (aqueles que o
difamaram durante a sua provação), o Senhor o tornou próspero de novo e deu-lhe
o dobro do que possuía antes. Todos os seus irmãos e irmãs... confortaram-no e
consolaram-no pelos padecimentos que o Senhor lhe enviara... O Senhor abençoou
a última parte da vida de Jó mais do que a primeira. (vv.10-12) Que testemunho
é Jó da fidelidade máxima de Deus a Seus próprios filhos! No seu livro Where Is
God When It Hurts? (Onde está Deus quando dói?), escreve Phillip Yancey:
"Satanás provocara Deus com a acusação de que os humanos não são
verdadeiramente livres, porque Deus reforçara as recompensas de Jó para que ele
escolhesse a Seu favor. Será que Jó era fiel porque Deus lhe concedera uma vida
tão próspera? O teste provou que não. Jó é um exemplo eterno daquele que se
manteve fiel a Deus, embora o seu mundo tenha desabado e parecesse que o
próprio Deus se voltara contra ele. Jó se apegou à justiça de Deus quando,
aparentemente, era o melhor exemplo na história de uma pretensa injustiça de
Deus. Ele não buscou o Doador por causa de seus dons; quando todos os dons
foram retirados, ele ainda buscava o Doador."
Da Prisão ao Palácio
Existe um
outro personagem do Antigo Testamento que nos oferece uma ilustração do
sofrimento: José. Seus irmãos tramaram a sua morte e o venderam como escravo. Ainda
criança foi separado de sua família e mandado para um país estranho. Quando era
rapaz, foi acusado falsamente de tentar seduzir a mulher de seu senhor, e, como
conseqüência, foi lançado à prisão. Esses acontecimentos eram o bastante para
levar qualquer homem ao desespero. Disse alguém: "Deus não usa ninguém
além dos seus limites, a não ser depois que o tenha feito em pedaços."
José passou por mais tristezas do que todos os filhos de Jacó, no entanto, foi
fiel. A sua fidelidade no sofrimento levou-o a ser o primeiro-ministro do
Egito. Como resultado de sua posição e poder, conseguiu salvar a sua família da
fome. Por este motivo, disse dele o Espírito Santo: "José é um ramo
frutífero, um ramo frutífero junto à fonte; e seus raminhos se estendem sobre o
muro." (Gên.49:22) É preciso o sofrimento para ampliar a alma.
O Sofrimento em Nosso Mundo
Moderno
É
interminável a lista dos que sofreram por Cristo, desde os dias da primeira
igreja. Lemos histórias tanto de católicos quanto de protestantes que, em
séculos passados, padeceram terrivelmente por lealdade à sua fé. A maioria
desses valentes cristãos morreu sob tortura e foi submetida a tratamentos
desumanos que vão além da imaginação. Mas não é preciso irmos muito longe na
História. O século XX foi testemunha de alguns dos exemplos mais espantosos de
sofrimento em massa na história da raça humana. Milhões sofreram e morreram em
duas catastróficas guerras mundiais, com milhões mais perecendo em diversas
outras guerras e revoluções. Vários anos atrás visitei o notório campo de
concentração nazista em Auschwitz, onde vários milhões de pessoas (tanto judeus
quanto gentios) foram impiedosamente chacinados. Nem consigo descrever o horror
e a revulsão que me dominaram enquanto caminhava por aquele terrível monumento à
desumanidade do homem para com o homem.
Além disso,
o nosso século tem testemunhado, repetidamente, cenas incríveis de fome e
inanição em massa em muitas partes do mundo.
Nenhum
cristão sincero pode ficar indiferente a acontecimentos tão trágicos. A sina
desesperada dos pobres e famintos, a tolerância de tantos para com a injustiça
social e econômica, o aumento descabido de armas de destruição em massa estes e
inúmeros outros problemas demonstram vividamente que vivemos num mundo em que a
maldade e o sofrimento não apenas são reais, como crescem a cada momento. Esses
problemas também desafiam todos os cristãos a orar e trabalhar para mitigar o
sofrimento e a combater as causas desses problemas, sempre que possível. Como
cristãos, sabemos que todo o sofrimento e a maldade jamais serão eliminados de
nosso mundo antes do retorno de Cristo. Mas também sabemos que Cristo ordena
que façamos tudo o que for possível para demonstrar o Seu amor por todos
aqueles que sofrem. Devemos lutar contra o mal e a injustiça e trabalhar em
nome de Cristo pelo bem dos outros. Porém, o sofrimento afeta todos os tipos e
classes de indivíduos, todos os dias. Podemos encontrar à nossa volta o
sofrimento sob dezenas de formas. Basta ir aos cortiços de Nova York, aos
hospitais de qualquer cidade, ou aos lares tragicamente desfeitos. Converse com
os milhões de crianças que estão vivendo com apenas um dos pais, ou sem nenhum
dos dois. Converse com as dezenas de milhares de pacientes que foram avisados
que estão com câncer ou moléstias cardíacas. Converse com as vítimas de
assaltos, estupros e outros crimes que ocorrem diariamente em quase todas as
cidades. Vá às prisões e fale com os prisioneiros que estão pagando o preço
amargo por seus erros. Converse com os pastores que estão de coração partido
porque os membros de sua congregação professam uma coisa e vivem outra. O mundo
todo está pedindo socorro.
TEM
CONTINUAÇÃO.
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