As Irritações de
Paulo
O apóstolo
Paulo foi exortado a sofrer por Cristo, mas, ao longo de todo o seu sofrimento,
só resistiu porque teve o apoio do Espírito Santo. Não apenas foi exortado a
sofrer fisicamente, mas também conheceu o sofrimento mais sutil de bancar o
idiota diante dos outros homens. Ele descreve as suas experiências em 1
Coríntios 4:9-13: "Pois penso que Deus nos tem posto a nós, os apóstolos,
pelos últimos, como sentenciadas à morte; somos feitos espetáculo ao mundo,
tanto a anjos como a homens. Nós somos estultos por amor de Cristo, mas vós
sábios em Cristo; nós somos fracos, mas vós forres; vós honrados, mas nós
desprezadas. Até esta padecemos fome, e sede, e nudez, e somos esbofeteados, e
não temos morada certa, e fatigamo-nos, trabalhando com as nossas próprias
mãos; quando vilipendiadas, bendizemos; perseguidos, sofremos; difamados,
rogamos; somos feitos como refugo do mundo, como escória de tudo até agora."
Paulo nos fala, em II Coríntios, das tribulações, dificuldades, espancamentos,
insônia e outros sofrimentos que os servos de Deus eram exortados a suportar.
Ao pensar em suas responsabilidades como missionário cristão, disse ele:
"Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, o
cuidado de todas as igrejas." (II Cor. 11:28) Como a preocupação de Paulo
com as igrejas ressalta vividamente a grande pressão que sofrem as lideranças
cristãs! As responsabilidades do ministério muitas vezes podem ser esmagadoras.
Falando humanamente, podem levar à solidão, depressão e, muitas vezes, ao
desânimo. Porém, no meio disto tudo, está a graça ilimitada de Deus e Sua paz,
que ultrapassa toda a compreensão.
Ser um
clérigo numa época dominada pelos meios de comunicação acarreta pressões que o
cristão comum nem sequer imagina. No meu caso em particular, houve épocas em
que as pressões mentais, físicas e espirituais tornaram-se tão grandes que
quase desejei que o Senhor me levasse logo para casa. Já tive vontade de fugir
ou sumir. Mas sei que Deus me chamou para as minhas responsabilidades, e devo
ser fiel. Mais perigoso do que fazer um pronunciamento infeliz é a
possibilidade de você ser mal-interpretado. As pessoas colocam os cristãos num
pedestal, mas, ao menor erro, eles são imediatamente culpados e muitas vezes
ridicularizados pelos outros cristãos. Isso é parte do que Paulo quis dizer
quando falou do "cuidado de todas as igrejas" repousando sobre ele.
Esta pressão foi ainda maior do que os sofrimentos físicos que ele suportou.
Muitas vezes me perguntei o que teria acontecido no ministério do Senhor Jesus
Cristo, se a televisão existisse naquela época. O que teriam feito, por
exemplo, com a ressurreição de Lázaro ou a cura de Bartimeu ou a alimentação
dos cinco mil? Podemos nunca ser exortados a sofrer como Paulo. Mesmo assim,
podemos bem nos jubilar com uma atitude como a dele: "Em tudo somos
atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos,
mas não abandonados; derribados, mas não destruídos." (II Coríntios 4:8,
9) Deus nunca enviou nenhuma dificuldade para a vida de Seus filhos sem as
ofertas conjuntas de ajuda nesta vida e recompensa na vida futura. Sejam quais
forem as aflições que cheguem à nossa vida, nosso Senhor entra no vale conosco,
levando-nos pela mão, até mesmo nos carregando, quando é necessário.
Eis aqui um versículo para
decorar e repetir:
"Não
vos tem sobrevindo tentação que não seja comum aos homens; mas Deus é fiel, o
qual não permitirá que sejais tentado além das vossas forças, mas também com a
tentação proverá o meio de saída para poderdes suportá-la." (I Coríntios
10:13)
VIVENDO ACIMA DE SUAS
CIRCUNSTÂNCIAS
Não oro
pedindo um fardo mais leve, mas sim costas mais fortes.
PARA AQUELES
que enxergaram, a cegueira pode ser uma deficiência esmagadora. Durante a maior
parte de seus 95 anos na terra, Fanny Crosby foi cega. No entanto, teve a
profunda percepção espiritual para compor hinos cristãos clássicos como
"Salva pela Graça", e centenas de outros hinos e canções evangélicas
que inspiraram e confortaram os cristãos por uma centena de anos. Mais
recentemente, Ken Medema, o cantor e compositor cego cujas melodias
extravagantes e letras felizes o tornaram querido em todos os Estados Unidos,
transformou a sua deficiência numa celebração alegre da bondade de Deus. John
Milton escreveu o imortal Paraíso perdido como resultado da desgastante
experiência da cegueira. Esse clássico glorifica e exalta a grandeza de Deus. O
famoso missionário para os índios americanos, David Brainerd, e o destacado
pastor escocês Robert Murray McCheyne sofriam de moléstias pulmonares e
morreram antes de completar 30 anos. No entanto, embora tão jovens, firmaram-se
na vanguarda do serviço cristão e foram reconhecidos por sua vida santa. Louis
Pasteur, o químico francês que descobriu o processo de eliminação de germes
chamado de "pasteurização", era semiparalítico e sujeito a ataques
epilépticos. Nunca desistiu da sua busca de soluções para as moléstias que
grassavam na época em que vivia. É possível que, se tivesse gozado de boa
saúde, tivesse trocado suas pesquisas por um trabalho mais lucrativo. Devido à
surdez progressiva, Beethoven foi forçado a abandonar sua carreira de pianista
e concentrar-se na composição musical. Como resultado, tornou-se um dos maiores
compositores de todos os tempos. Estou convencido de que existe uma bênção no
sofrimento. Nem sempre é possível enxergar a bênção no problema determinado que
estamos enfrentando, mas o sofrimento pode e deve servir a um propósito
positivo.
A despeito
de suas deficiências e dores, as pessoas a quem acabamos de nos referir
alcançaram grandes coisas para o benefício da humanidade porque aprenderam a
viver acima de suas circunstâncias, superando-as. Com a ajuda de Deus, podemos
fazer o mesmo. Todos temos problemas na vida, em escala maior, ou menor. Como
disse o music man, "há encrencas em River City". As provações deixam
umas pessoas amargas, e outras melhores. Qual a diferença? O salmista oferece a
resposta no Salmo 43:5. A diferença é a fé em Deus. "Por que estás
abatida, minha alma? Por que estás perturbada dentro de mim? Espera em
Deus."
A
Estrada da Esperança
O apóstolo
Paulo era um grande expoente de esperança. "Cristo em ti, a esperança da
glória." (Col.1:27) Ao escrever tais palavras, ele coloca nossas
esperanças em Cristo. E que melhor esperança do que o Cristo "em
você"? Se Ele está no seu coração, traz Consigo todas as bênçãos do Seu
Espírito: amor, alegria, paz e os outros frutos positivos que serão aparentes
na vida daquele que crê (Gál. 5:22,23). Ao escutar a mensagem dos versículos da
Santa Escritura, o cristão pode vislumbrar como sua vida pode ser, se for
verdadeiramente entregue ao controle de Cristo. Pense em algumas implicações de
ter Cristo com você:
1. Você jamais ficará sozinho de novo;
2. Poderá lançar "sobre ele toda a vossa
ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1 Pedro 5:7);
3. Poderá contar com os frutos do Espírito
crescendo na sua vida;
4. Poderá contar com um ou mais dons do
Espírito para utilizar, visando o avanço do reino de Deus.
Desse modo,
você terá não apenas "esperança no céu", mas terá também
"esperança" para cada dia desta vida terrena, a despeito das
circunstâncias externas e das dificuldades que possam ser criadas por sua
situação. Isto é apenas uma parte do legado espiritual que é nosso, quando
"esperamos em Deus" e experimentamos a realidade do "Cristo em
ti, a esperança da glória".
O amplo
panorama de vida vitoriosa para o qual se abre esta porta da
"esperança" é vasto demais para se contemplar, profundo demais para
se compreender. Porém, ele aguarda o crente que obedece a ordem de "ter
esperança".
O Espinho na Carne
de Paulo
O apóstolo
Paulo conheceu o sofrimento na própria carne Quando contava para o povo de
Corinto algumas de suas experiências pessoais engrandecedoras com o Senhor
ressuscitado, confessou que tinha um problema físico real: "Para que eu
não me engrandecesse demais, foi-me dado um espinho na carne, mensageiro de
Satanás para me esbofetear." (II Cor.12:7) Não sabemos exatamente o que
era o tal "espinho na carne", mas deve ter sido uma enfermidade
física. Podia ter sido alguma espécie de doença de olhos, ou epilepsia; ou,
como Sir William Ramsay achava provável, malária. Houve quem sugerisse que
poderia ser uma insônia crônica, mas eu acho isso pouco provável. Seja como
for, sabemos como ele lidou com esse problema e qual foi a sua atitude
subseqüente para com ele: ""Acerca disto, três vezes implorei ao
Senhor que o espinho se apartasse de mim. E disse-me: Basta-te a minha graça,
pois a minha força se aperfeiçoa na fraqueza. Portanto, de boa vontade antes me
gloriarei nas minhas fraquezas, para que a força de Cristo repouse sobre mim.
Por isso folgo em fraquezas, em afrontas, em necessidades, em perseguições, em
angústias por amor de Cristo; pois quando estou fraco, então estou forte."
(II Cor. 12:8-10) É claro que Paulo não gostava do espinho na carne. Mas quando
soube que não era possível livrar-se dele, parou de gemer e começou a
glorificá-lo. Sabia que era a vontade de Deus e que o tormento era uma
oportunidade para que ele provasse o poder de Cristo em sua vida. Paulo também
sabia o que era sofrer com circunstâncias externas. Ele literalmente se
vangloria do sofrimento que suportou nas mãos daqueles que o perseguiam. Foi
chicoteado, espancado com varas, apedrejado e naufragou; passou frio e fome;
foi atraiçoado pelos amigos.
Qualquer uma
dessas circunstâncias teria derrotado a maioria de nós. Todavia, Paulo conclui
o seu catálogo de sofrimentos com essas palavras triunfantes, que deveríamos
imprimir em nossos corações: "Quando estou fraco, então estou forte."
Você conseguiria viver acima de suas circunstâncias, como Paulo viveu? Resistir
a um sofrimento tão severo como o dele, por nossa conta, seria impossível. No
entanto, juntamente com o apóstolo, podemos dizer: "Tudo posso naquele que
me fortalece." (Filipenses 4:13)
TEM CONTINUAÇÃO.
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