Alem disso, quando
essa verdade entra no coração, ela dá um golpe mortal na arrogância do homem.
Muitos homens se haveriam feitos sábios, simplesmente pensado que já o são; e
muitos teriam se feito virtuosos, somente concluindo que já tem alcançado a
virtude. Eis aqui, esta doutrina golpeia duramente o crânio para tirar-lhes a
confiança na própria bondade de vocês, e faz com que vocês sintam sua culpa; e
ao fazer isso, arranca o grande mal do orgulho. Um sentido do pecado é o umbral
da misericórdia. uma consciência da própria incapacidade, uma dor por todas as
ofensas passadas, é uma preparação necessária para uma vida mais elevada e mais
nobre. O evangelho cava os cimentos, cria um grande vácuo e dessa forma faz um
espaço para colocar as gloriosas pedras de um nobre caráter espiritual, no
devido lugar. E também, quando se recebe essa verdade , é certo que brota na
alma um sentimento de gratidão. O homem a que se tem perdoado muito, com toda segurança,
em troca, amará muito. A gratidão a Deus é a grandiosa mola que move a santa
ação. Aqueles que fazem o justo para serem recompensados por isso atuam de
maneira egoísta. O egoísmo está no âmago de seu caráter; se abstém de pecar só
para que seu Eu evite o sofrimento, e obedecem somente para que seu Eu esteja
seguro e feliz. O homem que faz o justo, não pelo céu ou pelo inferno, mas porque
Deus o salva, e ama a Deus que o salvou, é verdadeiramente o homem que ama o justo.
O que ama o justo porque Deus o ama, tem sido levantado do pântano do egoísmo e
é capaz da virtude mais elevada; sim, tem nele uma fonte viva, que fluirá e se
derramará em uma vida santa enquanto viva. E, queridos irmãos, penso que todos
verão que o perdão imerecido para os pecadores promove uma parte do caráter
verdadeiro, quer dizer, disposição para perdoar a outros, porque a quem se lhe
há perdoado muito, resulta-lhe ser fácil perdoar as transgressões dos demais.
Se não o faz, bem pode duvidar se tem sido ele mesmo perdoado; porem, se o
senhor há apagado sua divida de mil talentos, ele de imediato perdoará os cem centavos
que seu irmão lhe deve. Por último, alguns de nós sabemos, e quiséramos que
todos o soubessem por experiência pessoal, que um sentimento de favor imerecido
e livre perdão, é a alma mesma do entusiasmo, e o entusiasmo é para os cristãos
o que o sangue é para o corpo. Alguma vez vocês se entusiasmaram diante de um
discurso frio sobre a excelência da moralidade? Sentiram que sua alma sacudia-se
dentro de vocês ao escutar um sermão sobre as recompensas da virtude? Alguma
vez entusiasmaram quando lhes foi dito sobre os castigos da lei? De nenhuma
forma, senhores; porem preguem as doutrinas da graça, deixem que o favor
soberano de Deus seja exaltado, e observem as consequências. Há gente que está
disposta a caminhar muitos quilômetros e aquentar juntos sem cansaço durante
muitas horas para ouvir isto. Tenho conhecido aos que suportam duras caminhadas
de muitas milhas para escutar a esta doutrina. Por quê? Porque o homem era
eloquente, ou porque era bom orador? Nada disso: algumas vezes a pregação tem
sido má, apresentada com uma linguagem sem educação, e, no entanto, esta
doutrina sempre tem movido as pessoas. Existe algo na alma do homem que está
buscando o evangelho da graça, e quando vem, há sempre fome para ouvi-lo. Vejam
como nos tempos da Reforma, quando existia a pena de morte por ouvir um sermão,
como que as gentes se reuniam à meia-noite; como caminhavam largas jornadas até
os desertos e as covas para escutar o ensino destas velhas verdades grandiosas.
Há uma doçura sobre a misericórdia, da misericórdia divina, graciosamente dada,
que captura o ouvido do homem e sacode seu coração. Quando esta verdade penetra
na alma, gera entusiastas, mártires, confessores, missionários, santos. Se
existe cristãos sérios, e cheios de amor a Deus, e ao homem, são aqueles que sabem
o que a graça tem feito por eles. Se há aqueles que permanecem fieis ante as
criticas e cheios de gozo diante das penalidades e as cruzes, são aqueles que estão
conscientes de sua divida para o amor divino. Se existe aqueles que se deleitam
em Deus enquanto vivem, e descansam Nele quando morrem, são os homens que sabem
que são justificados pela fé em Jesus Cristo que justifica ao ímpio. Toda a
glória seja para o Senhor que elevou ao mendigo, desde o montão de esterco e o
colocou em meio dos príncipes de Seu povo. Ele toma aos descartados pelo mundo
e os adota como membros de sua família e os faz herdeiros de Deus por Jesus
Cristo. O Senhor nos permite conhecer o poder do evangelho sobre nosso Eu
pecador. O Senhor nos faz querer o nome, a obra e a pessoa do Amigo do Pecador.
Oxalá que nunca esqueçamos o buraco do poço do qual fomos tirados, nem a mão
que nós resgatou, e nem a bondade imerecida que moveu a essa mão. A partir de
agora, e cada vez com maior zelo, temos que falar da infinita graça. “Graça
imerecida e amor até a morte" Bem diz essa canção espiritual: " Soem
esses sinos encantadores" Graça imerecida e amor até a morte são as janelas
de esperança do pecador! Nossos corações se alegram com essas palavras. Glória
a ti, Oh Senhor Jesus, sempre cheio de compaixão. Amém.
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