Se você crer, terá
o suficiente para fazê-lo passar pelas portas de pérola para o Reino da
Felicidade. Meus caros irmãos, deixem-me perguntar: vocês são pessoas que
buscam de verdade? Se alguns responderem: “Eu era, mas agora já encontrei”,
então, se regozijem comigo, pois é precioso buscar com Maria, mais é mais
precioso ainda descansar no seio de Cristo. Eu ouço outros dizerem: “Acredito
que sou!” A esses digo, caros ouvintes, que se inclinem sobre meu texto, como
sobre um esteio, e tentarei remover suas dúvidas e seus medos. “Não temas!” É
estranho que, quando estava completamente depravado, o homem não tinha medo,
mas, quando começou a se voltar para Cristo, começou também a temer. A razão é
esta: quando Satanás vê um homem profundamente agrilhoado pelo pecado, ele o
deixa só, sabendo que a presa é segura, mas quando o homem se livra do pecado e
procura Cristo, então, o maligno disputa sua presa, chama suas hostes e ordena
que lutem por ela, dizendo: “Espíritos das trevas, eis um dos tais que eram
nossos olhem! Ele está se ajoelhando!
Vamos perdê-lo! Ao trabalho! Ao trabalho! Perturbem-no! Irritem-no! Que sejam
afiadas suas espadas e velozes suas flechas, para que ele não vá à cruz de
Cristo!” Daí vêm as dúvidas, os medos, as dificuldades com os quais irei lutar
para sossegá-los em algum grau, tirando as flechas e despejando sobre as
feridas o óleo da Consolação. Alguns temem ser culpados demais para poder
receber perdão. Um homem disse certa vez a um ministro: “Eu sou o maior pecador
que já existiu.” “Você está equivocado”, respondeu-lhe o ministro, “o maior
pecador morreu há mais de 2.000 anos;
este foi Paulo, que disse: „Eu sou o maior de todos os pecadores‟.” Em Cristo
todas as nossas transgressões desapareceram para sempre, para sempre ficarão no
esquecimento. Aquele que não crê está perdido, mesmo que seus pecados sejam
poucos o verdadeiro crente é feito, pela
fé, alvo mais que a neve. Então, tome coragem e traga seus caminhos de pecados
para Deus. Há outro medo. “Eu seguiria Cristo”, alguns declaram, “mas Cristo
nunca me receberá.” Ó pobre coração, venha! Venha com confiança. Se você O viu
na cruz, com os braços abertos como para abraçar todo o universo e para receber
todos os pecadores, entenderá que as dúvidas que tem são más e mesquinhas. Ele
estará mais feliz em perdoar seus pecados do que você estará em obter o perdão,
pois Ele saberá o valor do perdão enquanto você, não. Venha como você é. Nenhum
mediador é necessário para chegar a Ele, nenhuma preparação é requerida. Vá com
suas vestes imundas à fonte; vá em sua nudez e vista vestes brancas, e não
pense que Ele vai recebê-lo rudemente, pois é Ele é todo ternura. Algum outro
insistirá que não possui ternura suficiente no coração para ser recebido por
Cristo. Ah! Mas, meu bom amigo, um coração tenro é o trabalho de Deus; é o
sangue de Cristo que pode derreter seu coração e tirar as pedras dele. Venha
para Jesus, eu digo, você que teme, você quebrantado de espírito não importa, venha como você é. Se você tem
uma crença verdadeira, um arrependimento
genuíno, venha para Jesus; Ele dará a você tudo o que você quer. Há ainda os
que dizem: “Eu não posso crer em Cristo, pois tenho pensamentos assustadores.”
Não há muito tempo eu estava falando com um de nossos nobres que proferia esse
tipo de dúvida, defendendo a culpa daqueles pensamentos blasfemos (que John
Bunyan descreve tão impressionantemente em seu O peregrino). O peregrino está
caminhando e alguém o segue, sussurrando maus pensamentos em seu ouvido,
pensamentos estes que o peregrino acredita nascerem em sua mente. Irmãos,
tenham bom ânimo; eu percebi que tais pensamentos são intrusos na mente de
homens bons, como se fossem obedientes à influência satânica. Lide com eles como
nos antigos tempos cruéis no brasil, em que se lidava com os vagabundos
chicoteando-os impiedosamente para que
voltassem para seu próprio bairro. Mas venha como você está, mesmo se esses
pensamentos forem mesmo seus, pois foi dito que toda blasfêmia seria perdoada,
exceto a blasfêmia contra o Espírito Santo, e esta você não cometeu. “Como você
sabe?”, talvez você me pergunte. Meu irmão, você já ansiou ser salvo? Enquanto
você tiver desejos espirituais, você não cometeu aquele pecado contra a vida de
sua alma. Fique feliz de ouvir que o seu Mestre ama individualmente as pessoas
deste mundo, que Ele tem misericórdia de coisas pequenas e que ama tomar o
desprezado e fazê-lo escolhido de Deus. Outros dizem: “Vamos supor que eu não
seja um eleito!”. Mas por que não supor que você é? Ou melhor, findando as suposições,
aqui estão promessas sólidas: venha e se apoie nelas. Venham todos! Vocês serão
homens justos se vierem! Outro ainda contesta: “Mas eu tenho medo de ir pelo
caminho errado.” Ora, é o Pai que nos guia pelo caminho. Prostre-se, confie
Nele e você não incorrerá em nenhum erro. Irmãos, se este Livro é a verdade,
vocês devem forçosamente ser santos! Mais uma vez deixe-me lançar a rede, pois
alguns peixes rebeldes podem ter escapado. “Minha consciência não me dá
descanso; então, é uma má consciência”, diz aquele homem. Bem, meu amigo, eu me
regozijo em ter de lhe falar. Um médico é mais feliz em ter sido chamado por
causa de uma doença que trouxe o paciente ao limite da cova do que por um
mal-estar qualquer. Se ele for bem-sucedido em reviver o homem prestes a
morrer, oh!, sua fama se espalha! Acontece o mesmo com grandes e pequenos
pecadores: você ousaria levantar a sua
voz contra o grande Médico? Em um de seus escritos, Lutero diz: “Eu correria
para Cristo, mesmo se Ele segurasse uma espada desembainhada nas mãos.” Diga
para você mesmo: “Eu sou um grande pecador, portanto, eu serei salvo.” Meu
irmão, você pode crer em Cristo mais do que em si mesmo? Você ousará ouvi-Lo,
mais do que ouve a seus medos? Oh! Dê a Ele esta honra, eu lhe suplico! E diga:
“Na sua promessa eu me apoio.” “Ah! Mas, e se eu crer e continuar pecando.”
Você não conseguirá; você odiará o pecado e seguirá pela estrada da glória. Agora,
algumas palavras para aqueles que não buscam de modo algum. Você não procura o
Salvador? Oh! Tenha piedade deles! Não tenha pena dos mortos; lamente não pelos
filhos e filhas que você perdeu, mas lamente por aqueles remanescentes, mortos
em seus delitos e pecados. Eles dirão: “Não precisamos de sua piedade; nós
somos, alegres, felizes, nós estamos contentes apesar de não termos Cristo.” Eu
lhes direi: não há um cristão que trocaria de lugar com vocês, mesmo se vocês
fossem imperadores ou reis, porquanto vocês não têm Cristo! Eu conheci uma
pobre senhora que tremia em seu sótão durante os dias mais frios do último
inverno. “Venha para cá, senhora; eu tenho uma pergunta a lhe fazer. Existe uma
jovem que aproveita todos os prazeres e confortos desta vida, mas ela não tem
Cristo. Você trocaria de lugar com ela?” Ouça a resposta da idosa senhora
cristã: “Não, eu não trocaria, eu não poderia. Vá, você que se vangloria no
brilho do tesouro, mas eu jamais trocaria meu quinhão pelo seu. Que Deus
consagre sua riqueza.” Vocês precisam de nossa piedade, apesar de não saberem.
Há um lugar onde você dará seu último suspiro, há uma cova onde você irá
dormir. Acredite, eu o verei morrer, fraco, destruído pela doença; um amigo
cristão o visitará, e você dirá a ele, naquele momento horrível, que é uma
coisa horrenda morrer como você está morrendo, sem esperança, sem consolo. Eu
cuidei, por longos anos, de uma congregação enorme, e em tais fileiras eu testemunhei
várias mortes não só pacíficas como felizes. Eu vi, entre outros, várias jovens
mulheres morrerem de consunção. É sabido que essa doença impacta no semblante,
nessa beleza imaterial, muito superior a qualquer outra, mas essa beleza nunca
é tão admirável quando é santificada, consagrada, pela fé cristã. “Eu
preferiria esperar um pouco mais”, disse uma delas a mim, “mas eu estou pronta,
se for a vontade de Deus me chamar agora.” Eu testemunhei o terror de um homem
prestes a morrer o jovem, o frívolo, o alegre
não podem manter o sorriso no leito de morte. Oh! O que eles não dariam para
ouvir a palavra de um ministro naquele momento. “A noite chegou! Oh! Dê-me mais
um ano, apenas mais um ano! O quê? Não há tempo para me arrepender, nenhuma mão
para me salvar!” Meus queridos leitores, não brinquem com a religião. Este
momento, no silêncio de seu quarto, ajoelhem-se, lamentem por seus pecados e
peçam por misericórdia. Uma vez obtida, esta misericórdia lhes fará enxergar as
coisas em cores vívidas; vocês olharão com novos olhos para uma nova vida.
Vocês experimentarão uma bênção com a qual só o Céu pode se comparar, o Céu onde
cada bênção é gerada e iniciada! Confie Nele! Confie Nele! Ele o guiará,
susterá, até que você tenha cruzado o ribeiro de águas, e clame: “Glória a Ele
que me trouxe a este lugar de descanso.” A Deus, o Pai, a Deus, o Filho, e a
Deus, o Espírito Santo, seja a glória eternamente.
Amém!
FACEBOOK DO
EDITOR...
http://facebook.com/JOSEGERALDODEALMEIDA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
FAÇA TEU COMENTARIO OU PEÇA PARA COLOCARMOS O ESTUDO QUE DESEJAS. DEUS VOS ABENÇOE.