Mas um samaritano que
estava viajando por aquele caminho foi até onde ele estava. E quando viu o
homem, ficou com muita pena dele. Lucas 10:33
O bom samaritano é
um retrato magistral de verdadeira benevolência. O samaritano não tinha
parentesco com o Judeu, ele era totalmente de origem estrangeira, mas ele se
compadeceu de seu vizinho pobre. Sendo os Samaritanos intrusos nas terras
judaicas, os Judeus os amaldiçoaram. Portanto, não havia como seu sentimento de
compaixão ser ativado por alguma simpatia nacional, mas tudo ali propiciava
para despertar seus preconceitos, daí a grandeza da sua benevolência. Não é
minha intenção, indicar os encantadores pontos de excelência que Cristo traz a
tona a fim de ilustrar a execução da verdadeira caridade. Eu só quero que você
perceba esse fato, que a benevolência que o samaritano exibiu para este pobre
homem ferido e semimorto, foi uma benevolência válida. Ele não disse ao
judeu: "Se você for a pé até
Jericó, então eu vou curar as feridas, deitando lhe o azeite e o vinho".
Ou, "Se você viajar comigo até Jerusalém, então vou atender seus desejos".
Oh, não, ele foi para "onde o judeu estava", e percebendo que o homem
não poderia fazer nada sozinho, o bom samaritano o ajudou ali logo em seguida,
naquele local, não colocando condições impossíveis para ele, não propondo
determinações que o homem não poderia realizar, mas fazendo tudo para o homem,
no local onde ele estava e ajudando-o de acordo com sua condição. Amados, todos
nós estamos bem conscientes de que uma instituição de caridade que o homem não disponibiliza,
não é caridade. Vá entre os operários de Lancashire e diga-lhes que não há
necessidade para qualquer um deles morrer de fome, pois no topo do Monte São Bernardo,
há monges hospitaleiros, que mantêm um refeitório, onde aliviarão todos os
transeuntes. Diga-lhes que não precisam fazer nada, apenas ir até o topo dos
Alpes e lá encontrarão comida suficiente. Pobres almas! Eles achariam que você
estava zombando deles, pois a distância é muito grande. Adentre numa das nossas
ruas de trás, suba três lances de escadas para uma sala miserável, tão degradada
que as estrelas olham entre as telhas. Veja uma pobre garota morrendo do
desgaste e da pobreza. Diga-lhe, se ousar, "Se você chegar ao litoral e
comer um grande bife, você vai, sem dúvida, se recuperar". Você ri dela
vergonhosamente ela não pode fazer essas
coisas. Estão além de seu alcance, ela não pode viajar para o litoral pois
morreria antes de chegar a ele. Assim como o perverso, as suas misericórdias
são cruéis. Imagine que você está vendo Jeremias, no fundo do poço se EbedeMeleque e Baruque tivessem ficado sobre a parte superior
do poço e gritado: "Jeremias, se você chegar a metade do caminho, vamos retirá-lo",
quando não havia uma escada, nem qualquer meio pelo qual ele pudesse chegar tão
longe, quão cruel teria sido esta caridade. Mas, ao invés disso, eles tomaram
trapos velhos do tesouro do rei, os desceu por meio de cordas, pediu-lhe que os
colocasse debaixo dos braços e depois o puxou para cima durante todo o caminho
(Jeremias 38:1-13). Esta foi a caridade válida. A outra teria sido uma
pretensão hipócrita. Irmãos, se na descrição do bom samaritano, Cristo o descreve
fazendo a este pobre e ferido homem uma caridade da qual ele pode de fato
oferecer; não parece ser altamente provável, ou melhor, completamente seguro
afirmar que quando Cristo vem para lidar com os pecadores, Ele derrama sobre
eles misericórdia válida Graça Divina é o que eles realmente recebem. Portanto,
permitam-me dizer que eu não acredito na forma com que algumas pessoas fingem pregar
o Evangelho. Eles não têm evangelho para os pecadores como pecadores, mas
apenas para aqueles que estão acima do nível de pecaminosidade que provoca morte, e são tecnicamente denominados
pecadores sensatos. Como o sacerdote nesta parábola. Eles vêem o pobre pecador,
e dizem: "Ele não está consciente da sua necessidade, não podemos
convidá-lo para Cristo". "Ele está morto", dizem, "é inútil
pregar para as almas mortas". Então eles passam para o outro lado,
mantendo-se perto da eleição e vivificados, mas sem ter nada a dizer para os
mortos, ao não ser que eles deveriam conhecer Cristo para serem cheios de graça
e considerar Sua misericórdia para serem livres. O Levita não estava com tanta
pressa como o sacerdote. O sacerdote tinha que pregar, e poderia ficar tarde
demais para o serviço, portanto, ele não poderia parar para socorrer o homem.
Além disso, ele poderia estragar a batina, ou se sujar. E então ele ficaria
pouco apto para a delicada e respeitável congregação sobre a qual ele oficiava.
Quanto ao Levita, ele tinha que ler os hinos. Ele era um funcionário da igreja,
e estava com um pouco de pressa, mas ainda assim ele conseguiria entrar após a
oração de abertura, portanto o levita se deu ao luxo de seguir adiante. Assim
como eu conheço ministros que dizem: "Bem, você sabe que devemos descrever
o estado do pecador e avisá-lo, mas não podemos convidá-lo para Cristo".
Sim, senhores, vocês devem passar para o outro lado, depois de ter olhado para
ele, pela sua própria confissão, você não tem uma boa nova para o pobre
coitado. Bendigo meu Senhor e Mestre, Ele me deu um Evangelho que eu posso
levar aos pecadores mortos, um Evangelho que está disponível para o mais vil
dos pecadores. Agradeço ao meu Mestre que Ele não diz ao pecador: "Vinde
ao meio do caminho e me encontrará", mas que Ele vai "onde está‖, e
encontrando-o arruinado, perdido, obstinado,
Ele o atende em seu próprio terreno e lhe dá vida e paz, sem pedir ou esperar
que ele se prepare para a Graça. Aqui está, penso eu, estabelecida no meu texto,
a benevolência válida do Samaritano. E ela é minha, para mostrar a Graça válida
de Cristo.
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