Enquanto
o discípulo aprende por meio de um processo, o discipulador se dedica a esta
pessoa como se fosse um filho, conduzindo-o por um processo de amizade e alvos
claros para a maturação em Cristo. O alvo e medida da maturidade traduzida em
bom relacionamento com Deus, consigo mesmo e com o próximo e serviço desinteressado.
Discipulado é o processo de instruir, inspirar, capacitar, equipar e treinar
pessoas no caminho da salvação em Jesus. Este processo atinge os dois lados, o
discípulo e o discipulador. Ambos entram em um processo que acelera o seu
desenvolvimento, do discípulo em sua perspectiva e necessidade de crescimento,
bem como do discipulador que no momento em que se encontra em seu desenvolvimento
precisa desta experiência para que se aproxime desta medida da estatura de
Cristo. Deus deu a cada um de Seus mensageiros uma obra individual. Em todas as
dimensões da vida é o mesmo: há momentos em que alguém cuida de nós; num
próximo momento passamos cuidar de nós mesmos e num momento posterior passarmos
a cuidar de nós e de outros. Parece que a vida nos ensina para cada vez mais servirmos
e cuidarmos de outros é o mesmo com o
discipulado. O discipulado atinge sempre os dois lados envolvidos no processo discípulo e discipulador, assim como os pais
aprendem muito ao ensinarem os filhos. O discipulado verdadeiro mantém o mesmo frescor
e espontaneidade de um relacionamento pai e filho. Este relacionamento
manifesta interesse genuíno no desenvolvimento para a salvação. Não há desnível
no relacionamento do tipo “eu sei e você
não sabe,” e não há glórias humanas nem aplauso, pois quem aplaudiria um
relacionamento por ser genuíno? O aplauso vem depois quando o pai olha para
trás e vê os resultados de seu empenho e sacrifício. O filho olha para trás e
vê duas coisas: gratidão por que alguém o acompanhou em sua jornada, guiando os
passos trôpegos até que conseguisse andar por si e vê um modelo digno a ser
seguido naquele que o guiou. Qualquer
organização que lide com seres humanos e que queira fazê-lo com excelência,
ordem e decência ( 1 Co. 14:40) precisa criar estímulo, espaço e estrutura para
que sejam as pessoas a ela ligadas sejam treinadas, capacitadas e motivadas,
principalmente quando esta é a missão principal desta organização. No caso da
organização chamada igreja, a igreja precisa entender a sua natureza primeira: igreja são as pessoas que a compõe e
não uma instituição como pessoa jurídica. Compreendendo esta natureza, a igreja
deve criar espaço, estímulos e estrutura para que aqueles que a compõe sejam
discipuladores e discípulos. O presente estudo pretende principalmente
instrumentalizar os líderes da igreja capacitando-os para tanto organizar a
igreja para um discipulado eficaz, bem como para tornar os membros mais maduros
em líderes servidores, capacitadores, em suma discipuladores. Qualquer
conceito de discipulado precisa sempre ser analisado à luz da compreensão da
Revelação de Deus e da natureza do ser humano e da igreja. Sem entender estas
dimensões corremos o risco de tratar do assunto com superficialidade. Podermos
cair na tentação de ir do extremo de tratar a igreja como uma empresa e os seus
membros como meros funcionários ou ao outro extremo de nos vermos apenas como
uma fraternidade informal e sem organização unificada para o avanço.
O
que vai despertar o povo do tempo do fim para a pregação do evangelho? A chuva
serôdia? O derramamento final do Santo Espírito de Deus? Não! Este será dado
apenas àqueles que desde agora organizam a vida conforme a Palavra. O que
despertará a igreja é a obediência à Palavra hoje. Há pessoas que acham que tem
que sentir a necessidade para então obedecer. Obediência verdadeira é quando o
crente se nega a si mesmo, toma a sua cruz e segue o Mestre, sabendo que caso
contrário não será digno do mestre.
A Natureza do Ser Humano
Ser humano completo,
integral
O
que é Ser Humano? Qual a sua natureza? É adequado discipular ou treinar uma
pessoa? Será que o desenvolvimento de pessoas faz parte da missão da igreja? Aqui
não podemos entrar em todas as dimensões do ser humano. Durante toda história
filósofos, psicólogos, antropólogos, sociólogos, etc. têm tentado defini-lo e
há conhecimento vasto à disposição, que não queremos abordar aqui. Por isso
abordaremos apenas alguns pontos que contribuirão para a compreensão melhor do
assunto aqui tratado. O ser humano é uma obra de arte dinâmica e em constante
movimento. Deus criou o ser humano e o fez como um ser em constante
desenvolvimento e transformação. Certo filósofo grego disse: “não é possível
uma pessoa tomar banho duas vezes em um rio! Primeiro, por que a água do rio
não será mais a mesma e segundo, por que o ser humano não será mais o mesmo.” Uma
compreensão de um ser humano estático, mecânico procede de outras fileiras
filosóficas. A idéia de que o ser humano é o que é, como se algo determinasse
que assim ele é, sem possibilidades de mudar, não pertence à compreensão
bíblico cristã do ser humano. Um raciocínio fatalista e determinista se instalou
na igreja: “aquela pessoa tem fé, eu não tenho!” Como se estivesse predestinado
de maneira imutável o fato de uma pessoa ter fé e outra não, uma ter coragem e
outra ser medrosa, uma pessoa ser amorosa e a outra não e ponto final. Como se
não houvesse um processo de crescimento que Deus está procedendo na vida de
cada um que se entrega a Ele... Não é assim e não pode ser assim. Cada pessoa
deve se desenvolver e se tornar aquilo que Deus a está chamando para ser. Veja
os textos bíblicos que falam sobre crescimento: II Pedro 3:17-18 “Vós, portanto, amados, sabendo isto
de antemão, guardai-vos de que pelo engano dos homens perversos sejais
juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza; antes crescei na graça e
no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.”
Meu Pai é o Lavrador. Toda a vara em Mim, que não dá
fruto, a tira. João 15:1 e 2. Conquanto o enxerto esteja externamente unido à
videira, pode não haver nenhuma ligação vital. Então não haverá crescimento ou
fertilidade. Assim pode haver uma aparente conexão com Cristo, sem uma real
união com Ele pela fé. Uma profissão de religião introduz os homens na igreja,
mas o caráter e a conduta mostram se eles se acham em ligação com Cristo. Se
não dão frutos, são falsas varas. Sua separação de Cristo envolve uma ruína tão
completa como a que é representada pela vara seca. Se alguém não estiver em Mim, disse Cristo,
será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e
ardem. João 15:6.
TEM CONTINUAÇÃO DIARIAS.
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