A criança foi
coberta pelo corpo de Eliseu, e você deve cobrir sua classe com compaixão,
estendendo-se agonicamente diante do Senhor, procurando o bem estar dos seus
alunos. Observem neste milagre o processo usado para ressuscitar o morto: o
Espírito Santo continua misterioso quanto as suas operações, mas a forma dos
meios externos é-nos revelada claramente aqui.
Apareceu logo o
resultado da obra do profeta: “a carne do menino se aqueceu”.
Quão satisfeito
deve ter-se sentido Eliseu. Mas não creio que seu prazer e satisfação o tenham
levado a afrouxar os seus esforços. Diletos amigos, nunca se dêem por
satisfeitos ao ver os seus meninos numa condição ligeiramente esperançosa.
Porventura uma jovem se aproximou de você e lhe pediu:
“Professor, ore por
mim, professor”?
Alegre-se, pois é
um belo sinal.
Busque mais que
isso, porém. Notou lágrimas nos olhos de um rapaz quando lhe falava do amor de
Cristo?
Dê graças por isso,
porque o corpo está ganhando calor, mas não pare aí. Irá afrouxar agora o seu
empenho? Lembre-se de que não atingiu a meta ainda. O que você quer é vida, não
apenas calor. O que você quer, caro mestre, do seu querido aluno, não é apenas
convicção, mas conversão. O seu desejo não é só de impressão, e sim de
regeneração ou seja, vida, vida de Deus, a vida de Jesus. E disto que
necessitam os seus alunos, e você não deve satisfazer-se com menos.
De novo lhes rogo
que observem Eliseu. Houve uma pequena pausa. “Depois voltou, e passeou naquela
casa duma parte para a outra”. Observem a inquietação do homem de Deus: não
pode ficar sossegado. O menino se aquece (bendito seja Deus por isso), mas não
está vivo ainda. Assim, em lugar de sentar-se em sua cadeira, à mesa, o profeta
anda de um lado para outro com andar impaciente, intranqüilo, gemendo,
suspirando, anelante e inquieto. Não poderia suportar o olhar da desconsolada
mãe, ou ouvi-la perguntar:
“Está restabelecido o menino?”.
Continuou, pois, a
andar pela casa como se seu corpo não pudesse repousar por não estar satisfeita
sua alma.
Imitem esta sagrada
inquietação.
Quando virem que um
rapaz está um tanto impressionado, não vão sentar-se e dizer:“O menino dá muita
esperança, graças a Deus: estamos plenamente satisfeitos”. Jamais ganharão a
pérola de grande preço desse jeito. Se hão de tornar-se pais espirituais na
igreja, é preciso que fiquem tristes, inquietos, perturbados. A expressão de
Paulo não é para ser explicada com palavras, mas vocês precisam conhecer o seu
significado em seus corações: “de novo sofro as dores de parto, até ser Cristo
formado em vós”. Oxalá o Espírito lhes dê essas dores internas, esse
desassossego, essa inquietação, e essa sagrada intranqüilidade, até que vejam
salvadoramente convertidos os seus esperançosos alunos!
Depois de um breve
período andando de cá para lá, o profeta “tornou a subir, e se estendeu sobre o
menino”. O que é bom uma vez, é bom outra vez. O que é bom duas vezes, é bom
sete. Tem que haver perseverança e paciência.
Domingo passado vocês foram muito zelosos; não
sejam indolentes no domingo que vem. Como é fácil pôr abaixo num dia o que
edificamos no dia anterior! Se pelo trabalho de um domingo Deus me capacita a
convencer uma criança de que eu estava agindo com seriedade, devo tomar cuidado
de não a convencer, no domingo seguinte, de que não estou com aquele zelo
sério. Se o meu calor passado aqueceu o menino, não permita Deus que a minha
frieza futura torne a esfriar-lhe o coração! Assim como o calor de Eliseu
passou a criança, o frio de vocês passará para os seus alunos, se não estiverem
com a alma cheia de ardor.
Eliseu estendeu-se
de novo sobre o leito com muita oração, ansioso e cheio de fé, e por fim obteve
o que queria: “o menino espirrou sete vezes, e abriu os olhos”. Qualquer
movimento seria sinal de vida e alegraria o profeta. Alguns dizem que o menino
“espirrou”, porque morrera de uma doença da cabeça, pois havia dito ao pai:
“Ai, a minha cabeça! ai, a minha cabeça!”, e os espirros serviram para limpar
os condutos vitais que tinham ficado bloqueados. Não sabemos. O ar fresco, ao
entrar de novo nos pulmões, bem poderia ter causado os espirros. O som não foi
nem bem articulado nem musical, mas foi bom sinal de vida. Isso é tudo que
deveríamos esperar dos jovens quando Deus lhes dá vida espiritual.
Alguns membros da
igreja esperam muitíssimo mais, porém eu, de minha parte, fico satisfeito se as
crianças espirram se dão algum sinal verdadeiro
da graça, por fraco ou vago que seja. Se o caro menino reconhece o seu estado
de perdição, e põe a sua confiança na obra perfeita de Jesus, ainda que notemos
isso apenas por alguma expressão muito vaga, não como a que receberíamos de um
doutor em teologia ou esperaríamos de uma pessoa adulta não havemos de dar
graças a DEUS e receber o pequenino e cuidar dele para o Senhor?
Se Geazi estivesse
ali, talvez não desse grande importância aos espirros, porque não se havia
estendido sobre o menino nenhuma vez; mas isso contentou a Eliseu. Da mesma
maneira, se vocês e eu temos de fato agonizado em oração pelas almas, teremos
olhar bastante aguçado para captar o primeiro sinal da graça, e seremos
agradecidos a Deus, mesmo que o indício não passe de um espirro.
Em seguida o menino
abriu os olhos, e nos aventuramos a dizer que Eliseu achou que jamais tinha
visto olhos tão formosos. Não sei de que tipo eram esses olhos, se eram
castanhos ou azuis, mas sei que quaisquer olhos que Deus vos ajude a abrir
serão belíssimos para vocês. Outro dia ouvi um professor falar de um “excelente
rapaz” que fora salvo em sua classe, e outro fez referência a uma “querida
jovem” de sua classe que amava Senhor. Não duvido. Seria de estranhar que não
parecessem “excelente” e “querida" aos olhos daqueles que os levaram a
Jesus, pois para Jesus Cristo os salvos são ainda mais excelentes e queridos. Diletos
amigos, queira Deus que com freqüência fitem olhos abertos, olhos que, se a
graça divina não se tivesse apropriado do ensino ministrado por vocês, teriam
permanecido nas trevas, sob o véu da morte espiritual! Então vocês poderão considerar-se
deveras favorecidos. Uma palavra de advertência. Há nesta reunião algum Geazi?
Se no meio deste grande grupo de professores da escola dominical há alguém que
não pode fazer mais que levar o bordão, dá-me pena! Ah! meu amigo, que Deus, em
Sua misericórdia, lhe dê vida pois, de que outra forma pode esperar ser o meio
para ressuscitar a outros? Se Eliseu fosse também um cadáver, seria inútil
esperar que a vida fosse comunicada colocando um corpo sobre outro. Em vão esta
ou aquela pequena classe de almas mortas se reunirá em torno doutra alma morta,
como você. A mãe morta, queimada pela geada e enregelada, não pode dar alento
ao seu filhinho. Que calor e que ânimo podem receber os que ficam a tiritar
junto a uma lareira apagada? Assim é você. Oxalá opere a graça em sua alma
primeiro, e depois o bendito e eterno Espírito de Deus que, só Ele, pode
vivificar as almas,
faça de você um
instrumento para a vivificação de muitos, para a glória da Sua graça!
Caros amigos,
aceitem minhas saudações fraternais, e creiam que minhas fervorosas orações
estão com vocês, para que Deus lhes abençoe e lhes faça uma bênção.
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