“Ele não está aqui, porque já ressuscitou,
como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia.”(Mateus 28:6)
As santas mulheres,
Maria Madalena e a outra Maria, foram ao sepulcro, esperando encontrar lá o
corpo de seu Senhor com o propósito de embalsamá-lo. Suas intenções eram boas;
sua vontade foi aceita diante de Deus; mas, apesar de tudo isso, o desejo delas
não foi concedido pela simples razão de que era contrário ao desígnio de Deus:
inclusive diferia com aquilo que Cristo lhes tinha predito e declarado
claramente: “Não está aqui, pois ressuscitou, como disse.” Eu deduzo disso que,
como crentes, poderíamos abrigar alguns bons desejos em nossos corações e
tratar sinceramente de colocá-los em prática, e contudo, não alcançar jamais o êxito
nesse esforço, devido que graças, a nossa ignorância, não entendemos, ou graças
a nosso esquecimento, temos deixado de prestar atenção a certas palavras de
Cristo que se interpõem em nosso caminho. Soube que isso nos aconteceu com a
oração. Temos orado, e não temos recebido porque não tínhamos um sustento na
Palavra de Deus para pedir o que solicitávamos. Existia alguma proibição na Escritura
que deveria ter-nos refreado de elevar essa petição. Pesamos em nossa vida
diária, em meio das ocupações do trabalho, que se pudéssemos alcançar tal e tal
posição, então honraríamos a Deus; no entanto, ainda que temos buscado
vigorosamente, e oramos insistentemente a respeito, jamais conseguimos nosso
alvo. Deus nunca teve o propósito de que o conseguíssemos; e, se tivéssemos
tido êxito em alcançar nosso projeto, possivelmente poderia ter sido mais danoso
que vantajoso, um legado de problemas em vez de uma herança de alegria.
Estávamos buscando grandes coisas para nós, mas esquecemos aquela recriminação
do Senhor: “E tu buscas para ti grandezas? Não as busques.” Portanto, não esperem
realizar aqueles desejos que considerem puros e apropriados. Poderia ser que
haja uma palavra do Senhor que não permita que os vejam realizados. Essas boas
mulheres descobriram que tinham perdido a presença Daquele que era o maior deleite
delas. O “não está aqui,” deve ter lhes soado como um dobrar de sinos pelos
defuntos. Elas esperavam encontrá-lo, porem Ele já tinha partido. Mas a aflição
desapareceu de seus corações quando o anjo agregou: “Porque já ressuscitou.” Eu
deduzo disso que se Deus me tira qualquer coisa boa, certamente se justificará
por tê-lo feito, e que, frequentemente, magnificará Sua graça, concedendo-me
algo infinitamente melhor. Maria pensou que seria algo bom encontrar o cadáver
de seu Senhor? Talvez lhe tivesse proporcionado algum tipo de satisfação nostálgica.
Assim pensava segundo seu próprio juízo. O Senhor tirou esse consolo dela.
Porem, Cristo tinha ressuscitado, e ter notícias Suas, e posteriormente, vê-Lo,
porventura não foi algo infinitamente melhor? Você ultimamente perdeu algo em torno
do qual seu coração tinha entrelaçado todos seus tentáculos? Descobrirá que
existe uma boa razão para essa privação. O Senhor nos tira sempre alguma benção
de prata, com a intenção de dar-nos um benefício de ouro. Podem estar certos de
que Ele lhes dará ferro em vez de madeira, e substituirá o ferro com bronze, e
em vez de bronze, prata, e em lugar de prata, lhes proporcionará ouro. Tudo o
que o Senhor tira não é senão algo preliminar para uma dádiva maior. Você
perdeu seu filho? Que isso importaria se descobre que seu Senhor é mais amoroso
que nunca? Um sorriso de seu Senhor será melhor para você que todas as alegres
brincadeiras de seu filho. Não é melhor Ele para você que dez filhos? Ou,
perdeu seu familiar e companheiro que o alegrava ao longo do vale da vida?
Graças a essa perda, você será agora conduzido a estar mais próximo de seu Salvador.
Suas promessas serão mais doces para você, e o Bendito Espírito lhe revelará
Sua verdade com maior claridade. Por fim sairá ganhando com sua perda. É o caso
de muitíssimas plantas que foram protegidas por alguma grande árvore cujas
ramas frondosas as cobriam da chuva acoitadora e do granizo destruidor. Subitamente
a árvore foi cortada pelo marchado cruel do lenhador. Quando a árvore cai, a
plantinha estava a ponto de gritar de medo. A partir desse momento permanecerá
desprotegida. Mas não lhe acontece nada: esses tristes prognósticos se
desvanecem prontamente, pois agora o sol banha a débil planta como jamais fez
antes. E o orvalho cai em maior abundância, e a chuva penetra até suas raízes;
e a terna plantinha cresce até alcançar uma estatura que jamais conhecido de
outra forma, já que o consolo do que desfrutava lhe impedia o crescimento. Você
se dará conta que muitos dos consolos que lhe foram retirados eram obstáculos
para seu apropriado cultivo e, na ausência desses consolos, obterá uma
abundante compensação, uma benção dez vezes maior. “Não está aqui” é muito
triste. Porem, “ á ressuscitou” é muito alegre. A Cristo, o que morreu, As Marias
não podem ver. Não podem embalsamar esse bendito corpo. Mas você vera a Cristo,
o que vive, e poderá prostrar-se a Seus pés, e ouvirás de Seus lábios as
jubilosas palavras: “Ide pois, imediatamente, e dizei aos seus discípulos que
já ressuscitou dentre os mortos.” (Mateus 28:7) Vale a pena que lembrem dessa
lição. Se Deus a aplica a sua alma, poderia produzir-lhe um reconfortante
consolo. Se o Senhor retira alguma alegria, lhe dará outra melhor. “Porque não
aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens” (Lamentações 3:33). Estou
certo de que vocês jamais negam a seus filhos nenhuma complacência, sem ter em
mente algum bem real. Quando pedem a seus filhos algum pequeno sacrifício,
quantos de vocês não têm uma maneira de compensarlhes para que não saiam
perdendo pela experiência em questão. E seu Pai celestial tratará assim dessa
forma terna e delicada com vocês, que são Seus filhos. Com esses dois
comentários preliminares, procederemos a considerar o texto em si. E seria
conveniente dizer que alguns de nós assistimos essa tarde ao funeral de um
querido amigo e diácono dessa igreja; e, por tal motivo, os pensamentos que se
agitam em nosso peito, e as palavras que brotarão de nossos lábios essa noite, seriam
mais apropriados se o sepulcro aberto estivesse a nossa frente. Coloquemos-nos
lá em nossa imaginação, e concebamos que aquele sino ainda que frequentemente obstaculiza nossas
devoções a ponto de que me pergunto por que a pessoa cristã precisa fatigar a
outros cristãos com um sino produz um
repique de mortos para nós. Essa badalada deve nos ajudar a sermos conduzidos à
tumba sobre as asas do som, para que adotemos a melhor posição em que essas
meditações sejam congruentes para a ocasião. O texto contém, em primeiro lugar,
uma certeza; e, em segundo lugar, um convite. Primeiro, a certeza: “Não está
aqui, pois há ressuscitado”; e em segundo lugar, um convite “Vinde, vê o lugar
onde o Senhor foi posto.”
I. A certeza: “Não
está aqui, pois há ressuscitado”.Jesus Cristo realmente
RESSUSCITOU DENTRE OS MORTOS.
O que importa que
os falsos eruditos e os sabichões tenham tentado demonstrar que esse fato, tão
bem comprovado, não é senão um mito fabuloso? Não existe uma só doutrina das
Santas Escrituras que não se tenha desejado exterminar. A princípio, negavam
descaradamente que tais coisas tivessem sucedido, e diziam que era pura
invenção. Mas depois, quando se proporcionou abundante evidência para
demonstrar a ressurreição, essa vil incredulidade deu lugar a um ceticismo mais
refinado. No entanto, pode se demonstrar mais além de toda dúvida, que há tanta
evidência da ressurreição de Cristo como de qualquer outro feito comprovado da
história. Provavelmente não haja nenhum outro feito da história que esteja tão
plenamente demonstrado e corroborado, como o fato de que Jesus de Nazaré, que
foi cravado na cruz, que morreu, e foi sepultado, ressuscitou verdadeiramente. Tal
como cremos nas histórias de Julio César
tal como aceitamos as declarações de Tácito sobre essa mesma base de documentos históricos,
estamos obrigados a aceitar o testemunho de Mateus, Marcos, Lucas e João, do mesmo
modo que os testemunhos daquelas pessoas que foram testemunhas oculares de Sua
morte, e que lhe viram depois que ressuscitou dos mortos.
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