Tira-nos dessas
casas de barro. De uma vez nos livrará de todo o pecado que nos habita e nossos espíritos irão buscar a Deus como as
faíscas procuram o sol. Mas até então, desde que por motivo de fraqueza, o
pecado prevaleça às vezes, o medo também prevalece, e nós somos tristemente humilhados.
O medo, vindo com o pecado, sendo sustentado por ele, logo encontra alimento
com o qual vai viver.
Deixe que o fiel
olhe para dentro de si, e, meus irmãos, ele só precisa fazer isso por um
momento para encontrar razões abundantes para se ter medo. “Ah!” diz o Medo,
enquanto ele olha para dentro do coração ainda propenso a vaguear “Eu não vou
seguir o meu caminho.” “Ah!” diz o Medo, enquanto ele olha para o pecado, “Eu
vou tropeçar. Eu não vou perseverar até o fim.” A Graça está ali, é verdade,
mas o Medo cega a melhor natureza, e fixa seu olhar somente no corpo dessa
morte. Olhar para a velha natureza raramente é uma operação prazerosa,
especialmente se esquecermos que ela foi crucificada com Cristo. Eu suponho
que, se qualquer um de nós pudesse ver o seu próprio coração da maneira como
ele realmente é, ele enlouqueceria. Mas a Fé olha para todas as ruínas da Queda
e acredita que o sangue de Cristo trará a vitória. Ela canta o seu poema do
triunfo mesmo quando a luta está feroz, regozijando-se com o Apóstolo, pois
“Onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado
reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida
eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. ” Mas o Medo diz, “Eu um dia
cairei nas mãos do inimigo. Um barco tão fraco como o meu nunca vai conter a
enchente e resistir à tempestade, mas sim sofrer um naufrágio no fim de tudo.”
E depois, meus irmãos, se o Medo encontrar alimento dentro, logo irá encontrar
alimento fora. Às vezes é pobreza, às vezes é doença, às Referência às duas
alianças: da Lei e da Graça (Cf. Gl 4:21-31; N. do T.). 5 Rm 5:20, 21 vezes é a
recordação do passado e, tão frequentemente, temor do futuro. Até aqueles que
têm fé em Deus podem ocasionalmente ser fracos o bastante para ter medo e
desanimarem diante de circunstâncias comuns às quais deveriam ser indiferentes,
ou deveriam superar por meio da fé. Pessoas esmorecidas podem encontrar motivos
para ter medo onde eles não existem. Certas pessoas são habilidosas na pesarosa
capacidade de inventar problemas. Se o Senhor não as mandou nenhuma provação,
elas criam uma para si mesmas. Elas têm uma pequena fábrica de problemas em
casa, e elas sentam e usam sua imaginação para meditar no terror. Elas tecem um
saco e juntam cinzas. Elas sabem que vão falir teve um pequeno prejuízo em seus negócios na
semana passada. Eles acreditam que logo estarão velhos demais para o
trabalho é verdade, eles estão mais
velhos do que um mês atrás. Eles têm certeza de que vão morrer no hospício é claro que eles vão morrer em algum lugar. Elas
têm certeza sobre essa coisa terrível e, por isso, se afligem de acordo. Nenhuma
dessas coisas lhes aconteceu ainda, e no julgamento dos outros, elas estão mais
longe de acontecer agora do que jamais estiveram. Mas elas ainda convertem suas
suspeitas em realidades e torturam a si mesmas com elas, apesar de serem apenas
fantasia. Oh, é muito triste rebaixarmo-nos a isto “Porventura poderiam as
pequenas nuvens finas desta vida passageira Apagar a luz do Amor Imutável? Poderiam
as névoas sem substância dos cuidados terrenais Ocultar dos santos os montes
eternos Dos quais seu rápido socorro deve descender? Oh, a vergonha, e o pecado
mais fundamental, que os herdeiros do Céu Enriquecidos com toda a plenitude do
Senhor, Devam temer, vaporizar, e desgastar suas almas Com sonhos infantis de
males que nunca virão; Ou vindo, devem vir carregados de bens!” Em certos
casos, o hábito de ter medo alcançou um crescimento monstruoso. Realmente, eu
conheço algumas pessoas que pensam que a coisa certa a fazer é sempre ter medo,
e desconfiam de um homem que tenha uma fé forte. Eles até chamam a certeza
“presunção” e se assombram que alguém possa ter confiança em Deus. Mas se ao
menos eles soubessem, há mais presunção na incredulidade do que pode haver na
fé. É uma presunção grosseira por parte de uma criança desacreditar nas
palavras de seu pai. Não há nenhuma presunção na confiança de uma criança
naquilo que seu pai a diz. Ela está apenas cumprindo o seu dever. Para mim,
aceitar as promessas puras de um Deus fiel e, a despeito de minha indignidade,
ainda assim acreditar nelas é humildade. Mas para eu tomar essa promessa dos
lábios de meu Pai, e começar a contestá-la, e a questioná-la, nada melhor que o
orgulho tentando esconder a sua nudez com a mais fina gaze de modéstia fingida.
Afastem-se, Eu rogo-vos, da incredulidade que imita a humildade, e busquem essa
fé inabalável, a qual é a verdadeira mansidão
aos olhos de Deus! Ainda, eu não culparia todos aqueles que são muito
dados ao medo, pois em alguns casos, melhor é o problema deles do que o pecado
deles, e melhor a desventura do que a falha. O senhor Mente-Fraca nunca se tornará
um Coração-Grande, mesmo se você alimentá-lo com o mais fino trigo. O senhor
Pronto-Para-Parar nunca será tão firme, ou correrá tão agilmente quanto o senhor
Valente-da-Verdade – faça o que quiser com ele. Há algumas pessoas na família
de Deus que são constitucionalmente fracas, e provavelmente nunca irão superar
essa fraqueza até entrarem em descanso. Eu faria qualquer coisa que estivesse
ao meu alcance para encorajar os amedrontados a se levantarem contra suas
fraquezas. Eu até daria apenas o suficiente do tônico da repreensão para fazê-los
sentir que não é certo desacreditar, mas eu não gostaria de censurar tão
severamente seu desânimo a ponto de fazê-los pensar que não são do povo de
Deus. Eu digo a vocês, senhores, eu preferiria que vocês fossem ao Céu
rastejando de quatro, com nenhuma canção em suas bocas, que ir ao Inferno
presumindo. É melhor ser um cordeiro de perna quebrada no coração de Cristo, do
que ser o mais forte bode no rebanho de Satanás. Deus nos livra de sermos
fortes e poderosos em nós mesmos. Mas ao mesmo tempo há vários males ligados ao
medo, e cada filho de Deus deveria estar em guarda para expulsá-los. Em todo
caso, muito pode ser feito, despertando-nos a clamar ao Forte a força para
superar nossa descrença. A tristeza não precisa ser perpétua em nós. Eu sei que
dizem que algumas plantas de Deus crescem melhor nas sombras. Eu acredito que
elas conseguem crescer, mas eu gostaria de testá-las um pouco sob a luz do sol
e ver se elas não cresceriam melhor dessa forma do que o seu melhor já tenha
sido até agora. Há flores preciosas da Graça as quais são regadas constantemente
pelas lágrimas do sofrimento, mas parece-me que o orvalho da consolação
alcançaria este propósito da mesma forma. Que o Senhor possa visitá-las, e
trazê-las para fora da terrível cova e do terrível lodo. Que elas tenham bom ânimo,
pois o Senhor diz a elas “Não temas. Não te assombres.” Que se relembre, antes
de terminarmos este ponto, que até os mais fortes dos servos de Deus estão
sujeitos ao medo. Davi era um homem muito forte, e ele derrubou Golias. Mas nós
lemos que em uma ocasião, quando ele estava na batalha: “ficando Davi mui
fatigado.” Então, às vezes, os mais dignos dos heróis do Senhor têm seus
momentos de fraqueza. Nós costumávamos falar do nosso “Duque de Ferro” e havia
um homem nas Escrituras que era um Profeta de Ferro, e este era Elias, o
tesbita, e ainda assim ele se assentou debaixo do zimbro, e clamou: Basta; toma
agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais. Os
melhores dos homens são apenas homens na melhor das hipóteses, e os mais fortes
dos homens são fracos se a mão poderosa de Deus é afastada por um tempo. Alguns
dos meus queridos amigos vão ocasionalmente me dizer, “Nós sofremos com
dúvidas, medos, e problemas, dos quais você não faz idéia.” Eles supõem que seu
pastor, e outras pessoas que eles amam e respeitam, nunca experimentaram suas
enfermidades. Eu gostaria que fosse assim. Temos algo melhor para falar do que
nossas próprias tolices. Nós não nos sentimos obrigados a tornar o púlpito um
confessionário público, e todas as experiências não precisam ser publicadas amplamente. Mas, por tudo isso, permitam-me dizer
que há vezes em que o mais corajoso e o mais forte dariam tudo que têm pelo
menos pela menor evidência possível da Graça Divina. Eles se considerariam felizes
por poderem rastejar aos pés da Cruz e dizer “Deus, sê propício a mim, pecador!
” Eu não digo isso para incentivar ninguém a ter medo, pois, deixe-me apenas apresentar
a vocês o oposto. Não há razão para isso, se vivêssemos mais perto de Deus e
andássemos com mais cuidado, nós não deveríamos, via de regra, viver com todo
esse medo e esse desânimo. Uma vez eu me encontrei com um querido irmão em
Cristo, que está agora na Glória, sobre cuja sinceridade eu nunca tive dúvidas.
Ele me disse que no período de trinta anos, ele nunca teve uma dúvida sequer a
respeito de seu interesse por Jesus Cristo. Quando eu o ouvi dizer isso, pensei
ser uma circunstância um tanto incomum, mas agora eu louvo a Deus por ter me
encontrado com vários “santos que há na terra [...] em quem está todo o meu
prazer. ” Seu
testemunho é o mesmo que apesar deles terem
sido abalados, nunca foram tirados de seu forte apego em Cristo. Embora eles
possam ter tido alguns momentos de vacilo ainda assim eles nunca ficaram desanimados a
ponto de questionarem sua parte em Jesus. Eles se seguraram, e cantaram ano
após ano, “Firme está o meu coração, ó Deus, o meu coração está firme; cantarei
e entoarei louvores.” Eu vejo isso como objeto de ambição de todo o Crente no
Senhor Jesus.
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