II. Isso nos traz à
segunda parte de nosso tema. Deixe-me tentar descrever de modo imperfeito, por
meio de uma comparação, como se colocar diante de Deus. Você está em dívida,
não dispõe de recursos e teme ser preso. Um amigo vem a você e lhe diz que uma
pessoa muito generosa prometeu pagar todas as suas dívidas. Seu coração começa
a ter esperança, mas, se essa pessoa generosa vier até você e mostrar o ouro e
a prata que irão libertá-lo, você ficará satisfeito em dobro. O nome e o
caráter desse amigo dão a você confiança, mas seu conforto é ainda maior quando
você o vê. Deixe-me levá-lo à recâmara da salvação, onde você verá o sangue de
Cristo, que foi derramado para sua libertação. Hoje, Agora, o Salvador está sentado à mesa da Ceia, a
refeição está posta. Ele sai e volta os pés para o jardim do Getsêmani (assim
chamado por ter um lagar para olivas) nome e lugar se encaixam perfeitamente à cena
onde a vingança se engalfinha com o amor! Ele se ajoelha em oração, e que
oração! Ele se refugia nos portões do Céu! Ah! Meus irmãos, Ele suou, mas Seu
suor não foi como o meu e o seu não foi
suor da fronte, mas do coração. Gotas de sangue caíram de Sua testa ao chão,
pois, enquanto Ele orava, Suas veias se dilataram, Suas vestes se manchavam com
o sangue coagulado e grandes coágulos de sangue caíram no chão onde Ele havia
se prostrado. Essas foram as primeiras gotas derramas nesse terrível esforço a batalha ainda não havia começado. Oh!
Espetáculo de terrível amargura! Não tendo mais nada para nos persuadir, nossa
alma crerá na imensidão de Seu amor. Ele se levanta Judas, o traidor, vem: “Venha, venha, diabólico!”
Tivesse sido um inimigo, Ele o teria suportado, mas foi um dos que comeu do pão
com Ele que agora levanta a voz contra o mestre. Eles O arrastaram como um
ladrão; eles O levaram perante os juízes; Ele foi posto à prova, acusado de
blasfêmia! Eles acrescentaram sedição a Sua acusação, à acusação de ser Rei dos
reis! Ele é condenado, os soldados O insultam e zombam Dele. Eles trazem uma
velha cadeira, eles O colocam nela e colocam um manto vermelho sobre Seus
ombros e um cetro quebrado em Suas mãos; eles Lhe entregam fel como bebida,
eles O atacam com zombarias, e Ele…! Ele suporta tudo isso pacientemente,
quando poderia tê-los lançado à terra com um simples olhar, quando uma palavra
de Seus lábios poderia tê-los desgraçado para sempre! Eles lhe tiram as roupas
e, com flagelos, açoitam Sua carne santa, até que Seu corpo se torne uma massa
de sangue coagulado. Que espetáculo horrendo! Palavras não conseguem descrever
aquela cena de pesar e de escárnio. Aquilo foi, de fato, um resgate. Depois,
eles O levam à galeria, diante dos olhos da multidão ali reunida. Escute!
Escute como elas gritam “Crucifica-O! Crucifica-O! Crucifica-O!” repetidamente.
Oh! Deus, depois Ele seria entregue à multidão? Deve ser assim! Deve ser assim!
Ele avança carregando Sua cruz. Não há coração que se apiede Dele, não há voz
para consolá-Lo. É verdade: algumas mulheres O seguem, mostrando solidariedade,
mas Ele diz: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai, antes, por vós
mesmas e por vossos filhos.” Ele segue, tropeçando, na Via Dolorosa, marcando
cada passo com sangue. Por fim, Jesus cai. Eles O fazem levantar e O levam aos
pés do Calvário. Dado o sinal, os executores O agarram, colocam-No na cruz e O
pregam nela. E o que Ele diz? “Pai, perdoa-lhes!” Eles levantam a cruz e, com
grande esforço, colocam-na no encaixe. Cada nervo é tirado do lugar, cada osso
está fora de sua junta Ele chora de dor!
Cães, tenham compaixão Dele! Mas, veja, eles encaram, eles zombam de Sua forma
macilenta, eles riem de Sua divindade. O Sol quente queima Sua pele, e, quando
Ele clama: “Tenho sede!”, entregam-Lhe fel e vinagre para beber! Por fim, Ele
morre! Ele morre, numa agonia tão extrema que devemos fechar os olhos e tremer
diante de tal pensamento! O Sol, este olho gigante da natureza, não pôde olhar
para tal agonia; ele se velou e foi embora para o horizonte escuro. A Terra
tremeu em suas entranhas, e a cena hedionda teve fim com um terrível brado:
“Eli, Eli, lamá sabactâni!”, com cada palavra, cada sílaba, daquele terrível
apelo, enfaticamente solitário! Ah! Venham, pecadores sobrecarregados! Venham,
os de consciência ferida! Venham e curem suas feridas no sangue de Jesus
Cristo! Venham e fiquem onde a triste mãe ficou, aos pés da cruz, que é a porta
dos Céus! Nenhum homem jamais creu nisso em vão! Venham, creiam e sejam salvos!
Agora deixem-me usar outra figura singela. Suponha que você estivesse com
dívidas, e um amigo lhe prometeu e lhe mostrou a você o dinheiro para livrá-lo
do problema. Mas se esse amigo, em lugar disso, viesse com um recibo na mão,
você ainda ficaria receoso? Não, você diria: “Agora tenho certeza de que meu
débito está pago. Eu posso ir, estou livre!” Deixe-me agora mostrar o recibo
daquele pagamento. Quando Jesus morreu, Seu corpo foi levado e colocado em um
sepulcro, para lá permanecer até que Deus aceitasse o sacrifício, para que lá
dormisse como um prisioneiro na escura masmorra da sepultura. Entrementes, Seu
sangue pleiteia. Deus olha para ele, os anjos clamam: “O Cordeiro, o Cordeiro
sem defeito foi sacrificado!”, os santos estão imersos em júbilo, os demônios
no inferno olham para cima aterrorizados e se sentem derrotados para sempre! Três
dias se passam. Deus diz: “Que o prisioneiro seja libertado.” Obediente ao
comando divino, um anjo desce como um relâmpago e senta-se sobre a sepultura no
jardim de José. Jesus não retirou a pedra o anjo abriu o sepulcro e gritou: “Os céus Te
aceitam! Ergue-te e vá!” O Salvador ergue-se, retira o lenço que cobria Seu
rosto, põe de lado o lençol que envolvia Seu corpo e deixa a sepultura sem
pressa, deixando tudo em ordem. Então, Ele nasce para o ar livre, e, assustado
com a aparição inesperada, o sentinela esquece sua tarefa e corre aterrorizado.
No momento em que Jesus ressuscitou do sepulcro, Deus deu um recibo total.
Cristo teria ficado na prisão até hoje se não houvesse pago a dívida
inteiramente. Oh! Jesus, quando Te vejo surgindo no poder do Pai, meu espírito
brada de alegria, pois levantou quem agora está sentado à destra de Deus e que
voltará para nos levar à felicidade eterna. Deixem-me falar a vocês algumas
palavras familiares. Certa vez, ouvi alguém dizer: “É possível para um homem
saber que isso é assim mesmo?” Meu irmão, há milhares, e dezenas de milhares,
que vivem no pleno gozo da inteira confiança. Todos os homens são filhos de
Deus; eles não têm necessidade de dar nada, eles devem apenas confiar em Jesus
e, doravante, sua culpa será aniquilada, pois nenhuma culpa pode permanecer na
alma de um crente. Satanás pode dizer ao homem milhares de vezes que seus
pecados permanecem, mas Satanás é o pai da mentira. O homem foi lavado de uma
vez por todas, e foi tão absolvido que pecados futuros não podem mais
condená-lo. Ele não pode mais deslizar da rocha, ele está tão a salvo quanto no
trono de Deus. Ouço mais alguém dizer: “Oh! O que eu darei para ter certeza
disto!” Nada! Nada é requerido. Você só tem de dizer: “Nada trago aos pés da cruz, mas Jesus
morreu, e eu estou salvo.” Quando eu era mais jovem, assisti o culto a Deus por
anos consecutivos, em um estado de angústia por meus pecados. Meu coração
desejava seriamente a Palavra, mas nunca ouvi ou entendi o que eu queria ouvir,
e eu poderia ter permanecido totalmente na escuridão, mas por intermédio de um
homem pobre, velho e sem cultura, que foi para o púlpito um dia e disse, entre
outras coisas: “Olhem para Jesus, jovens miseráveis, pois vocês continuarão
desse modo enquanto não olharem para a cruz” bendito seja Deus! –, eu olhei! E eu não
trocaria com nenhum rei aquele momento em que eu vi a cruz e me senti nadando
na corrente do amor redentor! E você, meus amados, que veio buscar descanso
nesta terra de paz, veja! Olhe para a cruz! Oh! Se você pudesse voltar com uma consciência
leve, isso seria uma vista ainda mais bela do que a dos gigantescos Alpes com
toda sua neve inexplorada! Meus amados, vocês já ouviram , que, a BIBLIA a
santas escrituras, derramou torrentes de verdade a esta congregação, eu agora
solenemente conjuro vocês a olhar para
Cristo, e, se o fizerem, nesta hora vocês serão vistos como santos aos olhos de
Deus. Ah, anjos, esse dia dará alegria a vocês, quando vocês virem um pecador
chorando aos pés da cruz e dizendo: “Ó Cordeiro de Deus, eu venho, eu venho a
Ti!” Meus irmãos, vocês podem se afundar no inferno com as mãos ao redor da
cruz, eu irei com vocês e, desafiando o Príncipe das trevas, eu lhes trarei de
volta à luz! Mas isso não ocorrerá, não temam! Homem algum se tornou presa da
perdição desde que abraçou a cruz, e nunca será! Que Deus abençoe a todos vocês
em Jesus Cristo.
Amém.
FACEBOOK DO
EDITOR...
http://facebook.com/JOSEGERALDODEALMEIDA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
FAÇA TEU COMENTARIO OU PEÇA PARA COLOCARMOS O ESTUDO QUE DESEJAS. DEUS VOS ABENÇOE.