Que Jesus Cristo
ressuscitou dos mortos não é uma alegoria nem um símbolo, mas sim uma realidade
de fato. Ali Ele permaneceu morto, para que esse fato fosse corroborado tanto
pelos amigos como pelos inimigos; era um cadáver que devia ser depositado na
tumba. Toquem-no e vejam-lhe. É o mesmo Cristo que vocês conheceram em vida. É
exatamente o mesmo. Houve alguma vez tais olhos em qualquer outra forma humana?
Contemple-o! Vocês podem ver a impressão de aflição em Seu rosto. Houve alguma
vez semblante tão desfigurado como o seu, alguma aflição tão real em seus
efeitos? Esse é o Imperador do Abatimento, o Príncipe de Todos os Dolorosos, o
Rei da Aflição! Ali jaz, sendo inconfundivelmente, ele mesmo. Agora, observem os
sinais dos cravos. Vejam, ali o ferro traspassou essas benditas mãos; e ali Seus
pés foram perfurados; e lá esta a incisão que chegou ao pericárdio, e dividiu o
coração, e fez brotar sangue e água maravilhosas de Seu lado. É Ele, o mesmo
Cristo! E as santas mulheres levantam cada um dos membros do Seu corpo e o
envolveram em linho, e colocam especiarias em Seu redor, que tinham trago em
sua pressa, e lhe colocaram nesse lugar, nesse sepulcro novo. Agora, deve ser
conhecido e entendido que nossa fé é que esses mesmos membros que permaneciam
inertes e frios na morte se tornaram tíbios com vida outra vez; esse mesmo
corpo, com seus ossos e carne, que jaziam ali, se tornaram animados com vida
novamente e regressaram à uma gloriosa existência. Essas mãos romperam o pedaço
de pão e o pescado na presença dos discípulos; e esses lábios os comeram; e Ele
mostrou essas ferida e disse: “Poe aqui teu dedo, e mete-lhe no lugar dos
cravos” e desnudou Seu lado, o mesmo lado perfurado, e disse: “Aproxima sua
mão, e coloque ela em meu lado; não sejas incrédulos, mas crente.” Não era um
fantasma nem um espectro. Como Ele mesmo disse: “Um espírito não tem carne nem
ossos, como vêem que eu tenho.” Ele era um homem real, tão real depois da
ressurreição como o tinha sido antes; e Ele é um homem real na glória agora,
tal como foi quando estava aqui abaixo. Ele ascendeu ao alto: a nuvem o cobriu
de nossa vista. O mesmo Cristo que perguntou a Pedro: “me amas?”, o mesmo Jesus
que disse a todos Seus discípulos: “Vinde, come” um homem real ressuscitou de
uma morte real a uma vida real. Agora, sempre precisamos que essa doutrina nos
seja declarada muito claramente, pois ainda que cremos nela, nem sempre temos
plena consciência dela; e ainda se a compreendemos, é bom ouvi-la de novo, para
que nossas mentes sejam confirmadas quanto a ela. A ressurreição é um fato tão
literal como qualquer outro feito registrado na história, e assim temos de crer
nela. “Não está aqui, pois já ressuscitou.” Sigam a narração, amados, e verão
que quando nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou naquela ocasião, sendo
revivido dos sonhos da morte, não somente foi verdade que realmente se levantou
do sepulcro, mas sim que ressuscitou para ser levantado em Sua ascensão à
glória que agora possui a destra do Pai. Quando as cadeias de ferro da tumba
foram rompidas, os discípulos receberam esse consolo: que agora Ele está mais
além do alcance de Seus inimigos. Durante os escassos dias que nosso Senhor
permaneceu na terra, nenhum de Seus inimigos tentou fazer-lhe dano. Nem sequer
os cães se atreviam em mover a língua contra Ele. Dificilmente poderíamos dizer
a razão, mas assim foi. Parecia que havia uma notável conformidade nas mentes
de todos Seus inimigos durante o tempo que residiu em meio de Seu povo aqui
embaixo. Ele estava fora do alcance de Seus inimigos. Não lhe podiam fazer já
nenhum dano. E é o mesmo agora. Ele não está aqui, em outro sentido; e agora
está fora do alcance de todos Seus malignos adversários. Isso não o alegra? A
mim sim. Nenhum Judas pode trair agora o Mestre para que seja aprisionado pelos
soldados romanos. Nenhum Pilatos pode tomar-lhe agora e corromper a justiça e
entregar-lhe a crucificação sabendo que é inocente. Nenhum Herodes pode agora
zombar Dele na companhia de homens de guerra: nenhuma tropa pode agora cuspir
em Sua amada face. Ninguém pode esbofeteá-lo agora, ou vendar Seus olhos, nem
dizer-lhe: “Profetiza, quem é que te golpeou?” A cabeça, a amada cabeça
majestosa de Jesus, não pode jamais ser coroada de espinhos outra vez, e os
incansáveis pés que caminhavam em missões de misericórdia, não podem ser mais
ser perfurados pelos cravos. Os homens não o deixarão nu mais, nem ficarão
exultando em Suas agonias. Ele se acha mais além de seu alcance. Agora podem
falar mal Dele, e podem buscar depreciá-lo através de Seu povo, que são os
membros de Seu corpo. Agora podem se enraivarem, mas Deus colocou Cristo a Sua
própria destra, e é inacessível a sua malícia. Consola-me, tal como penso que
consolaria o soldado no dia da batalha quando via que a batalha se tornava
muito difícil, comprovar que o comandante a quem amava estava fora do alcance
das balas. “Vamos,” diria “vocês podem
nos ferir como queiram. As balas poderiam chover uma morte vermelha sobre nossas
filas, mas nosso comandante e chefe, de quem depende todo o conflito, está à
salvo.” Oh, essas palavras são benditas, e bendita foi a pluma que as escreveu
e bendito é o Espírito que as ditou: “Por isso, também Deus o exaltou
soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de
Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da
terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de
Deus Pai.” (Filipenses 2:9-11) Não importa, amados irmãos, o que nos possa
acontecer a nós, pobres soldados comuns. Sentimos que se fossemos caluniados,
desonrados, perseguidos, ou se fossemos condenados a morte, seria algo sem
importância à luz dos temas transcendentais: sim, a cabeça que uma vez foi
coroada de espinhos está agora coroada com glória, e quem esteve no tribunal de
Pilatos para ser condenado, se senta agora no trono de Seu Pai, em espera de
vir julgar aos príncipes e reis da terra. Em relação a que nosso Senhor não
está aqui, mas que ressuscitou, deveria nos consolar pensar que agora está mais
além de toda dor, assim como também mais além de todo ataque pessoal. Eu me
consolei refletindo dessa forma enquanto a nosso amigo falecido recentemente.
Ele foi atacado subitamente pela paralisia, como muitos de vocês sabem, e
esteve em cama seis semanas. Se tivesse agradado a Deus, teria podido estar em
cama seis ou dezesseis anos, e teria sido algo muito doloroso ver-lhe com sua
vida ainda no Corpo, mas com uma mente densamente entenebrecida. Estamos
agradecidos eu me sinto pessoalmente
agradecido por Deus já que nosso amigo
ficou dormindo e escapou das misérias da presente vida malvada. Porem, quanto
mais agradecidos deveríamos estar em relação a nosso amado Senhor a Quem nossa
alma ama! Oh, podem suportar pensar Nele, que não tinha onde repousar Sua cabeça?
Quem entre nós não teria renunciado a sua cama para darlhe descanso de uma
noite? Ai, e renunciar à cama para sempre, se tivéssemos podido dar-lhe um brando
repouso. Nós teríamos ido para a encosta do monte e teríamos passado lá a noite
toda, até que nossa cabeça tivesse estado empapada de orvalho, se pudéssemos tido
oportunidade de dar-lhe um descanso? Ele vale mais que dez mil de nós; e, não
pareceria como se era para Ele demasiado ter que sofrer o estar sem lar nem
teto? Tinha fome, irmãos; estava sedento; estava cansado, estava desfalecido. Ele
sofreu nossas enfermidades: é-nos informado que as carregou. Frequente lhe doía
coração. Ele sabia o que “os frios montes e o ar da meia noite” podiam fazer
para esfriar o corpo; e Ele sabia o que a assoladora atmosfera e a amarga privação
podiam fazer para congelar a alma. Ele experimentou inumeráveis aflições e
dores. Desde o primeiro derramamento de sangue em Seu nascimento, até o último
derramar de sangue em Sua morte, parecia como se a aflição o tivera marcado
como seu filho peculiar. Sempre era hostilizado, tentado, contrariado,
assediado, atacado e molestado, por Satanás, pelos homens malvados, e pelos males
que estão no lado de fora! Agora já não há nada disso para Ele; e nos alegra que
não esteja aqui por essa razão. Agora não é nenhum filho da pobreza; agora não
há uma oficina de carpinteiro para Ele, nem a veste do campesino, tecida de
cima abaixo: não há agora ladeiras de montes nem brejos para Seu lugar de
descanso; não existem agora turbas escarnecedoras em torno Dele; não há agora
quem recolha pedras para apedrejar-lhe; já não se senta junto ao poço, cansado
e dizendo: “Dá-me de beber”; não precisa que se lhe dêem alimento quando está
faminto. Agora já não pode mais ter açoites e flagelos. Não dará mais “Seu corpo
aos agressores, nem Suas faces aos que lhe puxavam a barba.” Ninguém perfurará
Suas mãos e Seus pés, não sentirá uma sede ardente no sangrento madeiro; não clamará
“Eloi Eloi, Lama Sabactani?” As ondas e as olas de Deus passaram sobre Ele,
porem já não podem assediá-lo mais. Ele foi levado ao pó da morte, e Sua alma
esteve muito triste uma vez. Ele está mais além de tudo isso. O mar ficou para
trás, e chegou a Bons Portos, onde nenhuma tormenta pode açoitar-lhe. Ele alcançou
Seu gozo; Ele entrou em Seu repouso e recebeu Sua recompensa. Irmãos e irmãs,
devemos nos alegrar por esse motivo. Entremos no repouso de nosso Senhor.
Alegremo-nos porque Ele está alegre; sejamos felizes porque Ele está feliz. Oh,
que pudéssemos sentir que nossos corações saltam dentro de nós, ainda que por
um breve tempo mais nos vejamos no campo de batalha, porque Ele se foi daí, e
agora é reconhecido e adorado como Rei dos reis e Senhor dos senhores.
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